Entenda o que está por trás do conceito de Marketing 5.0

Empresário segura uma seta apontando para cima e grafe o plano de crescimento futuro

Confira alguns dos principais pontos que estão por trás da formulação do conceito de marketing 5.0.

O conceito de marketing 5.0, desenvolvido por Philip Kotler, se caracteriza por colocar a tecnologia como o foco das estratégias corporativas no mercado atual. O economista norte-americano é tido como o “Pai do Marketing” por ter publicado livros que são usados como guias pelos profissionais da área há anos. 

Em 2021, observando as mudanças acarretadas pela pandemia na área de marketing, Kotler lançou a obra “Marketing 5.0: Tecnologia para a humanidade”. É interessante mencionar que, quase cinco anos antes, ele havia publicado o livro “Marketing 4.0: Do tradicional ao digital”. 

Nesse livro de 200 páginas, Kotler e seus autores associados Hermawan Kartajaya e Iwan Setiawan explanam sobre o uso das estratégias de marketing. No período mais rígido da pandemia, essas estratégias foram aliadas à transformação digital para driblar as dificuldades. Logo, não é uma obra que oferece grandes novidades, mas que lança um olhar mais atento para as soluções criadas durante o período da pandemia. 

A proposta principal da obra é entender como a criação de conexões com o público pode ser utilizada em longo prazo e não apenas como solução pontual. Continue lendo para entender melhor o que está por trás desse conceito. 

Afinal, o que é Marketing 5.0?

O marketing 4.0, utilizado até então, tinha como foco o uso de ferramentas digitais para estabelecer conexões entre as marcas e os seus públicos. A proposta do marketing 5.0 é compreender que a relevância dessas ferramentas não está apenas na construção dessa relação externa. Atualmente, existem recursos que permitem ter acesso a informações essenciais para tomar decisões ágeis e precisas. 

Quando as ferramentas digitais são utilizadas com foco interno, também é possível prever os resultados das ações de marketing. A principal mensagem dos autores da obra é que a tecnologia tem a função de auxiliar os profissionais na criação, comunicação e entrega de valor ao cliente

O que está por trás do marketing 5.0?

Confira a seguir alguns dos principais pontos que estão por trás da formulação do conceito de marketing 5.0.

Hibridismo

Estamos vivendo em plena era da transformação digital e isso implica descobrir como a tecnologia pode ser usada para potencializar os talentos humanos. Uma das capacidades humanas mais relevantes para a área de marketing é a de criação. Isso é, ter insights originais que favoreçam as conexões com o público.

Partindo desse viés, a inteligência artificial se configura em uma forma de potencialização dessa capacidade. Com essa tecnologia podemos ter acesso a um amplo leque de informações a respeito do público-alvo.

A combinação de Big Data com criatividade pode levar a projetos e estratégias bastante sólidos. A tecnologia deve ser entendida como uma grande aliada.

Automação

A automação é um ponto sensível para o desenvolvimento de diferentes áreas. Basicamente, diz respeito à necessidade de utilizar ferramentas que auxiliem na realização de atividades repetitivas ou em grande escala. A partir do momento em que os profissionais não precisam se ocupar de tarefas repetitivas, podem se dedicar com mais afinco à criatividade.

Um recurso que está se tornando cada vez mais utilizado pelas empresas é os chatbots. Essas interações automatizadas, no entanto, precisam simular a naturalidade dos diálogos humanos. É necessário, também, que forneçam uma experiência personalizada para o público.

Para que esse tipo de comunicação se fortaleça e evolua há alguns caminhos apontados pelo marketing 5.0. Uma das possibilidades é que haja modelos de negócios que se sustentem no digital e maior investimento em Internet das Coisas (IoT).

Modelos de negócios

O marketing 5.0 propõe modelos de negócios alinhados com as novas perspectivas do mercado. Esses empreendimentos devem estar preparados para atuar em estruturas econômicas variadas e com maior flexibilidade.

É crucial que o modelo esteja pronto para atender ao cliente, proporcionando a experiência esperada por ele e tendo como base processos automatizados. Em suma, as companhias precisam estar sustentadas em um ambiente virtual.

Cabe aqui o adendo de que o Brasil ainda precisa resolver algumas questões para adotar as propostas do marketing 5.0 com eficiência. Muitas empresas instaladas em nosso país ainda precisam acionar as alavancas do amadurecimento, como conectividade, automação de processos e coleta de dados. 

A jornada do cliente

Uma das principais propostas do marketing 5.0 é a de entregar valor para o cliente, ou seja, oferece uma jornada mais atrativa. Para conseguir deixar esse caminho mais interessante, é importante alinhar pontos de criação e comunicação, tomando por base a inteligência artificial e a automação. 

Os gestores precisam compreender que o discurso da marca, assim como seu produto ou serviço, caminham de mãos dadas. Sendo assim, a jornada de compra precisa conversar com os valores sentimentais que estão atrelados ao produto ou serviço. Os canais de coleta de informação personalizados têm um papel primordial nesse quesito.

Torna-se possível entender com mais clareza quem é o consumidor e qual o seu perfil tomando por base os “rastros” deixados por ele. Os anúncios podem ser mais personalizados e chegar diretamente em quem eles precisam impactar. O marketing 5.0 reforça a relevância de ter fortes conexões com as gerações mais jovens. 

Os autores refletem que, embora o poder econômico ainda esteja nas mãos dos baby boomers e geração X, as gerações mais jovens têm grande impacto nas decisões de compra das famílias. Elas estão cada vez mais voltadas para questões sociais, ambientais e relativas à governança. 

Kotler, Kartajaya e Setiawan apontam que, mesmo sendo desafiador fazer esse cruzamento geracional, é necessário compreender os anseios dos mais jovens. O marketing 5.0 precisa se voltar para quem está impactando as escolhas.

Conclusão

O marketing 5.0 consiste em compreender o real potencial das ferramentas tecnológicas. Esse novo processo proposto se baseia em reunir dados e utilizá-los estrategicamente para causar um impacto mais positivo nos públicos pretendidos. A partir de agora, o marketing precisa ter uma postura mais preditiva, isto é, ser construído e baseado em dados.

Há também o marketing contextual que permite utilizar perfis automatizados para estabelecer interações personalizadas com os públicos. Temos acesso a recursos de grande potencial que podem levar à construção de respostas ainda mais positivas. O que importa é entender como utilizar tais recursos.

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