Como Libertar-se do Medo

como se libertar do medo Medo – entenda mais

 

Primeiramente, gostaria de deixar muito claro que libertar-se dos seus medos não significa assumir todos os riscos. Isso seria, claramente, imaturo. Quando falo da importância de se libertar dos medos, não quero propor que todas as pessoas do mundo devam tomar atitudes inconsequentes e enfrentar todo e qualquer perigo. Imagine que você esteja caminhando tranquilamente por um parque e, de súbito, se depare com uma serpente próxima ao seu pé.

É natural que você pule para se afastar da serpente. Esse medo é não apenas natural, como também necessário, pois pode evitar que você pise distraidamente na serpente e seja mordido por ela. Proponho que, a partir de agora, usemos outra palavra para nos referirmos a esse medo natural e necessário: “prudência”. Coragem sem prudência é temeridade ou loucura, como diziam os antigos. Podemos, pois, substituir nosso medo instintivo por prudência, pois assim evitamos riscos desnecessários ou emoções muito intensas e inesperadas.

Em geral, não é por medo que as pessoas não pulam de lugares alto, mas, sim, por prudência. Sabemos que, se pularmos, iremos nos machucar. Da mesma forma, quando você usa um fogão em sua cozinha, não é por medo que você deixa de pôr a sua mão nas chamas acesas, você concorda? Você não coloca a sua mão no fogo porque sabe que, se o fizer, irá se queimar e sentir dor. Isso não é medo, mas prudência e bom senso.

Não precisamos do medo para evitar perigos inúteis. Para esses riscos triviais, basta um pouco de bom senso e experiência. A história é bem diferente em relação aos medos psicológicos. O sofrimento e os riscos de gerar medos dessa natureza são muito mais abstratos e impalpáveis, quase sempre não estão sustentados numa experiência física concreta. Como já falamos, temos medo do que poderia nos acontecer.

E é sobre isso que precisamos trabalhar. Há vários tipos de medo, e alguns deles requerem um tratamento específico. Existem, por exemplo, diversos profissionais especializados da área da Psicologia e do Coaching que trabalham com o medo de andar de avião. Outros terapeutas trabalham com medos e fobias de insetos, por exemplo.

Existem casos específicos; se você vive um desses casos, a minha maior recomendação é: busque ajuda especializada o mais rápido possível. De qualquer forma, as dicas neste capítulo, sem dúvidas, se mostrarão úteis no gerenciamento do medo.

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1.Tome consciência dos seus medos

Informar-se não é o suficiente para entender os seus medos, consciência é diferente de informação. Consciência é saber, conhecer e encarar seus medos frente a frente. Os seus medos dizem respeito a experiências particulares que somente você pode desvendar.

É preciso que você investigue a fundo o que lhe causa medo, o que te paralisa, o que te impede de evoluir. Compreenda quando esse medo começou e todos os seus detalhes, características, sintomas e efeitos que você percebe e sente em seu próprio corpo.

Tomar consciência do seu medo é tomar consciência da sua necessidade de segurança e de pertencimento. É preciso ter muita força de vontade e muita humildade para, primeiramente, assumir seus medos. Essa é a única forma de torná-los conscientes.

2.Ouse enfrentar seus medos

Não importa qual seja o seu medo, se é falar em público ou de palhaços, chega um momento em que você precisa resistir e encará-lo. Se estiver com medo, vá assim mesmo. Muitas coisas que nos causam medo são relativamente desconhecidas por nós.

Em geral, não fazem parte da nossa rotina. Prepare-se interiormente e ouse enfrentar esses medos, sem fugir das situações que causam desconforto. Essa é uma excelente forma de você começar a se habituar ao seu medo.

Conforme repetimos alguma atividade, nossa mente aprende a se acostumar com a situação, permitindo-nos raciocinar mais livremente. A maioria dos medos não é tão terrível quanto a nossa mente os faz parecerem. Muitas vezes, basta você começar a fazer algo para perceber que você é, na verdade, muito maior do que seus medos.

3. Busque novas estratégias  

Se você tem medo de alguma coisa muito especifica, você provavelmente já deve ter percebido que o medo é involuntário. Não basta dizer “não vou ter medo” e pronto. Quem dera fosse fácil assim, não é mesmo? A maioria das pessoas não toma consciência dos próprios medos, por isso age sempre de forma automática. E isso é óbvio: fazendo sempre a mesma coisa, obteremos sempre os mesmos resultados.

Depois de você ter refletido e analisado profundamente sobre você mesmo e os seus próprios objetos e causas de temores, você estará plenamente capaz de racionalizar alternativas. Sem dúvidas você já ouviu dicas do tipo “respire fundo; conte até três; repita um mantra ou uma oração”. Todas essas dicas podem ser valiosas, mas você só irá descobrir se tentar.

Quero dizer que só você conhece a sua própria história, sua essência e seus medos. Você se conhece melhor do que qualquer pessoa poderia conhecê-lo. Use isso a seu favor. Experimente estratégias e técnicas diversas. Pode ser que o que funcione a algumas pessoas não funcione para você, mas isso não tem problema. Investigue o que funciona exatamente para você. Para obter resultados diferentes, devemos ousar agir de maneira diferente.

4.Ressignifique suas crenças  

Esta é a última e mais valiosa dica. No fundo, nossos medos se relacionam intimamente com nossas crenças. Nossos medos, aliás, sustentam crenças limitantes do tipo “não sou capaz; não sou forte o suficiente” etc. Ressignificar suas crenças pode te tornar capaz de controlar o seu medo e os pensamentos negativos envolvidos a ele. Isso, sem dúvidas, irá mudar a sua percepção do mundo e a sua sensação de ameaça.

Quando estamos seguros de nós mesmos, quando temos uma forte crença motivadora e positiva, nós nos sentimos prontos para enfrentar e superar qualquer obstáculo. Fortaleça sua crença em você mesmo, e logo verá que não precisará fugir de mais nada. Acredito verdadeiramente que, conforme amadurecemos física e psicologicamente, nos damos conta de que o medo é uma projeção da percepção da realidade que vivemos e das emoções que sentimos. E, por estar relacionado à nossa percepção, o medo não pode ser caracterizado como uma emoção que retrata a realidade concreta.

Quando tomamos consciência de que a maioria dos medos é apenas uma projeção da mente, nos permitimos ser vulneráveis, expondo nossas fraquezas, sensações e medos, a fim de ressignificá-los, tornando nossa vida mais leve e liberta de crenças limitantes e de percepções distorcidas. Por fim, espero que essas dicas te auxiliem em sua caminhada. E lembre-se sempre de se lembrar de nunca se esquecer: o medo tem apenas a importância e o tamanho que damos a ele. Só devemos temer o medo e suas implicações. Nada mais.

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