Saiba o que é Goodwill e como calcular

Goodwill Saiba como calcular o Goodwill

 

Mencionado pela primeira vez na Inglaterra, em uma disputa por terras, o termo Goodwill servia para se referir a um valor adicionado ao terreno por conta de sua localização. Ao longo dos anos, diferentes autores deram inúmeras definições a esse termo, que hoje tem o mesmo significado do termo “patrimônio de marca”.

O Goodwill diz respeito à diferença entre o que uma empresa paga para adquirir outra e seu valor patrimonial. Pode-se dizer que, dentro do conceito de Goodwill, os valores da marca em relação ao mercado já estão inclusos, assim como todos os clientes da empresa os conhecimentos dos funcionários e tudo aquilo que somar ao caráter da empresa.

Basicamente, é a capacidade que uma empresa possui de gerar lucros. Trata-se do conjunto de características, qualidades e diferenciais de uma empresa, que é expresso através da sua capacidade de produzir riquezas. Marca registrada, conhecimento organizacional e credibilidade de mercado são exemplos de Goodwill.

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Principal característica do Goodwill

É aquele que não está refletida no Balanço Patrimonial, não é depreciável nem amortizável. Ou seja, quanto maior for a identificação de ativos intangíveis, como: marcas e patentes, o valor do Goodwill será menor no momento de sua avaliação e vice-versa.

Isso acontece, justamente, porque ele não é identificável no balanço e os ativos intangíveis (marcas, pesquisas e desenvolvimento) sim. Os ativos intangíveis não possuem existência limitada ou duração determinada.

Como calcular o Goodwill?

Goodwill é o valor do Preço de Aquisição menos o Valor do Capital Própria da Empresa Adquirida. Esta é uma conta que serve para explicar o motivo pelo qual uma empresa é vendida com o valor acima pelo qual foi comprada.

No Brasil, este termo é conhecido como um superlucro baseado em expectativas de uma futura rentabilidade, que é basicamente o valor da diferença com base no valor que foi pago e o valor que o mercado pede. Já nos Estados Unidos, por exemplo, o termo nada mais é que a diferença entre o valor pago e o valor justo de todos os ativos da empresa em questão.

Pegando como premissa a ideia do termo Goodwill no Brasil, entende-se que quanto mais vasta for a carteira de clientes, as tecnologias, ideias e inovações de uma empresa, quanto maior for o seu processo de produção e tudo que engloba o sucesso da mesma, maior será o Goodwill dessa organização.

Outros conceitos de contabilização

Além do Goodwill, outros conceitos muito falados são o Ágio e Deságio. O primeiro se refere ao valor adicional cobrado sobre determinada mercadoria. Enquanto o segundo é o oposto, ou seja, o pagamento de um valor abaixo do patamar do mercado.

A Mais-valia também se trata de outro conceito de contabilização. Ela existe quando os ativos da empresa a ser investida, líquidos passivos, mensurados a valor justo individualmente, valem mais que o seu valor contábil.

De acordo com a legislação brasileira, através da Lei nº 12.973/14, em seu artigo 20, é exigido das empresas que avaliem suas aquisições através do valor de seu Patrimônio Líquido, o desdobramento do custo de aquisição é realizado por três itens. Sendo eles:

1 – O valor do patrimônio líquido no momento de sua aquisição;
2 – Mais ou menos-valia, isso quer dizer, a diferença entre o valor justo dos ativos líquidos identificados e seu valor contábil líquido;
3 – Goodwill;


Além disso, o ágio também é regulamentado pela comissão de pronunciamentos contábeis pelo CPC 15 – combinação de negócios – que trata sobre a mensuração contábil do ágio, deságio, mais-valia e Goodwill.

O reconhecimento contábil

De acordo com o CPC 15, o ágio e o Goodwill, inicialmente, devem ser mensurados pelo custo. Que nada mais é do que a diferença entre o custo de aquisição do negócio e do valor justo dos ativos e passivos identificáveis que são adquiridos.

A empresa que adquire deve, em uma operação de combinação de negócios, reconhecer os ativos passivos que satisfaçam os critérios abaixo à valor justo na data de aquisição. Também é importante mencionar que isso acontece:

– no caso de um ativo (não inclui ativos intangíveis) apresentar qualquer benefício econômico futuro para a empresa que está realizando a aquisição, e o seu valor justo puder ser mensurado com segurança;

– no caso de um passivo (não se inclui passivos contingentes) criar uma saída de recursos geradores de benefícios para liquidar a operação e o seu valor justo possa ser mensurado com segurança;

– no caso de ativos intangíveis ou passivos contingentes, se o seu valor justo puder ser mensurado com segurança.

Mensuração Contábil

Depois de realizado o reconhecimento contábil, os ativos e passivos devem ser mensurados calculando o custo menos a perda por redução ao valor recuperável. Nesse caso, é importante saber que o goodwill não pode ser amortizado, já que possui vida útil indeterminada. Porém, a empresa que o adquire deve testar os ativos de acordo com o CPC 01.

O CPC 01 é a Redução ao Valor Recuperável de Ativos por periodicidade mínima anual. Assim, o ágio pago por rentabilidade futura deve ser mantido no ativo da empresa que fez a aquisição nas demonstrações contábeis individuais e nas consolidadas.

Quando se trata de incorporação de identidades envolvidas (controladora e controladas ou controladas indiretas), em que os fundamentos que deram origem ao ágio apurado na transação entre as partes permanecem válidos, ele deverá ser mantido no ativo.  

Teste de Impairment

Impairment significa deterioração. Trata-se de uma regra a qual a companhia deverá realizar, de maneira periódica, análises sobre a recuperação dos valores registrados no imobilizado e no tangível. De forma sucinta, se trata da redução do valor recuperável de um bem ativo.

Na prática, quer dizer que as empresas precisam avaliar os ativos que geram resultados antes de contabilizá-los no balanço. Cada vez for encontrado um ativo que seja avaliado por valor não recuperável no futuro, a empresa precisará fazer a baixa contábil da diferença.

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As metodologias para avaliação da recuperação de ativos estão estipuladas na NBC TG 01, dentre as quais está a estimativa do valor em uso de um ativo. Por exemplo, se um ativo está registrado contabilmente em R$10 mil e seu valor recuperável é R$8 mil, será preciso ajustar a diferença.

Assim, o cálculo seria D – C = diferença ajustada. Sendo que, D é a conta de resultado, ou seja, perdas por desvalorização de ativos. E C a conta redutora do ativo, ou seja, perdas por desvalorização. No caso do exemplo, a diferença seria de R$2 mil.

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Imagem: Marynchenko Oleksandr / Shutterstock

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