Quando alguém fala a respeito de Gestão Ambiental, o que vem à sua mente? Para quem pensou em ações como meramente plantar e cuidar de árvores, devemos salientar que vai muito além. O desconhecimento do conceito é o que leva, inclusive, muitas organizações a realizar um processo incompleto e por vezes ineficiente.
No artigo a seguir iremos explicar com mais detalhes o que é gestão ambiental e de que forma ela pode ser realizada com melhores resultados. A partir dessa visão mais completa é possível desenvolver planos mais bem elaborados e com mais chances de sucesso.
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O que é Gestão Ambiental?
De acordo com a Resolução Conama nº 306/2002, gestão ambiental é a condução, direção e controle do uso dos recursos naturais, dos riscos ambientais e das emissões para o meio ambiente, por intermédio da implementação de um sistema de gestão ambiental.
Trata-se de um método de administração empresarial que tem como foco e prioridade o desenvolvimento sustentável. Trabalha na conscientização de profissionais e organizações, incentivando-os a adotarem comportamentos e práticas administrativas que eliminem ou reduzam consideravelmente o impacto ambiental das atividades corporativas nos recursos da natureza.
A origem da Gestão Ambiental
Em meados da década de 1960, teve início o processo de maior preocupação com as questões ambientais. Foi a partir desse período que o meio ambiente começou a entrar em pauta em vieses mais próximos aos atuais. As companhias da época começaram a identificar uma possível escassez de recursos no futuro breve.
Em 1962, foi publicada uma das primeiras obras que tratavam especialmente desse assunto, o livro “Silent Spring”, Primavera Silenciosa em tradução livre. O texto de Rachel Carson traz para a discussão os efeitos negativos que os agrotóxicos podem ter para o meio ambiente. Também apresenta os efeitos do DDT (diclorodifeniltricloroetano) na natureza. O DDT foi o primeiro pesticida moderno.
É interessante observar que, a partir dos anos 1960, o mundo começou a debater com mais ênfase a questão ambiental. Passaram a ser realizados eventos importantes, como a “I Conferência Mundial Sobre Meio Ambiente”, em 1972. Nesse evento foi assinado o Tratado de Estocolmo que baniu nada menos do que 12 poluentes tóxicos nocivos à saúde pública e ao meio ambiente.
O Brasil recebeu a “II Conferência Mundial Sobre o Meio Ambiente”, que se tornou conhecida como “Rio’92”. Em 1997, foi assinado o Tratado de Quioto que tinha como objetivo reduzir os níveis de emissão de dióxido de carbono, metano e alguns gases.
Devemos pontuar que no Brasil há registros ainda mais antigos de antecedentes do ambientalismo. Em 1958, foi criada a Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza.
A Gestão Ambiental nas empresas
Em linhas gerais, a gestão ambiental refere-se à adoção de práticas que ajudem a reduzir o impacto das atividades empresariais no meio ambiente ao máximo. Contudo, é fundamental que haja a compreensão de que essa definição é muito mais ampla do que parece.
As medidas com foco na redução de impactos também corroboram para a melhora da saúde populacional e econômica da nação. A seguir explicaremos melhor esses reflexos para a melhor a compreensão do conceito.
1. Redução de riscos de acidentes e desastres
O trabalho de gestão ambiental contribui consideravelmente para reduzir os riscos de acidentes e desastres ecológicos. As organizações que investem em um planejamento adequado compreendem o ecossistema em torno das suas atividades. Dessa forma, criam mecanismos que evitam que grandes acidentes comprometam o seu entorno.
2. Uso adequado de recursos naturais
Entende-se como uso adequado de recursos naturais, evitar o seu desperdício e criar mecanismos relevantes para seu reuso. O reaproveitamento da água, por exemplo, assim como o estímulo à reciclagem, são atividades que norteiam esse conceito.
3. Descarte adequado de resíduos
Descartar corretamente os resíduos representa uma ação de grande responsabilidade para com a população do entorno. Um dos maiores exemplos de como o descarte inadequado é perigoso é o caso do Césio 137 que ocorreu em Goiânia em 1987.
O contato com o material radioativo levou a 4 óbitos e afetou, direta ou indiretamente, centenas de indivíduos. O acidente foi resultado do descarte inadequado de um equipamento industrial.
4. Cumprimento de leis ambientais
O Brasil é um dos países que possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do planeta. Porém, infelizmente a fiscalização não é tão criteriosa como deveria. No entanto, empresas que escolhem driblar a lei estão sujeitas ao pagamento de multas pesadas e, até mesmo, ao encerramento das suas atividades. Um trabalho sério de gestão ambiental evita deslizes.
Importância da Gestão Ambiental para as organizações
A gestão ambiental é fundamental para toda organização, independentemente de seu ramo de atuação. Isso porque o público e o mercado passam a associar o nome da empresa à preservação ambiental, o que favorece sua imagem perante os clientes e concorrentes.
As organizações que incentivam a prática desse tipo de gestão podem absorver diversos benefícios. Como, por exemplo, a redução de gastos e custos por meio da diminuição do desperdício de água e energia e da reutilização de materiais como papéis e copos recicláveis.
ISO 14000
A preocupação com o meio ambiente é um tema cada vez mais presente no meio corporativo e no mercado de trabalho. Configura-se como um diferencial para as empresas que desejam se destacar. Diante disso, diversas organizações têm adotado as normas ISO, associação de padronização e normatização, para ampliar e aprimorar o seu controle de gestão para se sobressair no mercado.
As normas da ISO promovem boas práticas de gestão empresarial e avanço tecnológico, além de facilitar o comércio entre as empresas. Neste sentido, as certificações principais são a ISO 9000, com foco em gestão da qualidade, e a ISO 14000 para a gestão ambiental.
A certificação ISO 14000 é um aglomerado de condutas técnicas e administrativas que determina padrões para a gestão ambiental em empresas, associações e organizações públicas e privadas. Essas práticas foram criadas com a finalidade de orientar e auxiliar empresas e organizações a adotarem ações que diminuam os impactos que elas causam no meio ambiente.
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