Entre laços e lágrimas: enfrentando a dor de uma família difícil

Em geral, o conceito de família é associado a valores positivos, como amor, união, apoio emocional, ajuda mútua, fortalecimento, entre outros. No entanto, é preciso entender que há diferentes tipos de famílias, e nem todas as pessoas mantêm uma relação positiva com os seus parentes.

Os laços de sangue não necessariamente vêm acompanhados de laços de afeto e carinho. Conflitos pelos mais diversos motivos podem constituir o que chamamos de “família difícil”. Neste artigo, vamos entender melhor essa dinâmica disfuncional e o que podemos fazer para enfrentar essa dor. Acompanhe!

O que exatamente é uma família difícil?

Uma família difícil é um conjunto de pessoas unidas pela árvore genealógica, mas que não apresentam entre si um convívio harmonioso, o que ocorre por diversos motivos.

• Não aceitação e falta de apoio: mesmo que parecidas geneticamente, as pessoas de uma família podem ser muito diferentes entre si em termos de personalidade, interesses e valores. Nesse contexto, um pode não aceitar o outro como ele é, o que gera insatisfação e falta de apoio.
• Conflitos constantes: além de não aceitar cada pessoa como ela é, os membros de uma família podem se envolver em conflitos constantes por egoísmo, não divisão adequada de tarefas, casos de infidelidade, irresponsabilidades dentro de casa, educação muito rígida, entre outros.
• Falta de comunicação: muitas vezes, uma família é conflituosa e nem sabe disso. Os membros dela não se comunicam ou fingem que está tudo bem, varrendo os problemas para debaixo do tapete. Essa atitude não se sustenta, e, em algum momento, tudo vem à tona.
• Problemas financeiros: os problemas financeiros também podem causar conflitos familiares. Dívidas, irresponsabilidade e falta de cooperação podem fazer com que alguns membros da família se sintam sobrecarregados, o que gera estresse e perda de qualidade de vida.

Como lidar com essa situação?

Os motivos acima são apenas alguns dos que compõem a chamada “família difícil”. Nascer e crescer em um lar disfuncional, porém, pode ter origens em vários outros fatores. Mas como lidar com essa situação? Confira o que é possível fazer.

• Abra-se a uma comunicação empática e honesta

Uma família difícil não é uma família impossível. Em muitos casos, o diálogo pode trazer a conciliação entre as pessoas dessa rede. Por isso, abra-se para dizer o que você pensa e para ouvir o que o outro tem a dizer. Quando as pessoas fazem isso de forma clara e respeitosa, sem ser em um momento de emoções intensas, muitas coisas podem ser esclarecidas. Viver com segredos, fingir que nada está acontecendo e querer impor o seu ponto de vista não faz bem. Abra-se à comunicação!

• Estabeleça limites saudáveis

Abrir-se ao que o outro pensa é importante, mas, ao mesmo tempo, precisamos definir os nossos próprios limites. Sendo uma pessoa adulta, você tem a sua vida e o seu direito de fazer as suas escolhas. Por isso, defina o que é aceitável e o que não é, dentro do seu próprio conjunto de valores. Para proteger a sua saúde emocional, saiba dizer “não” quando for preciso.  Se você não fizer por si mesmo, ninguém mais o fará. Mesmo dentro da sua família, quem manda na sua vida é você.

• Esteja disposto a mudar, se necessário

Em conflitos familiares, pode ser que você chegue à conclusão de que o outro estava com a razão e de que você estava errado. Quando isso acontecer, não se desespere. Seja humilde para admitir o seu erro e esteja disposto a aprender com ele. Se você sentir que pode fazer algumas modificações no seu comportamento para tornar o convívio melhor, faça. No entanto, não mude a sua essência e não seja alguém que você não é apenas para moldar-se ao que os outros querem que você seja, OK?

• Aprenda a perdoar

Quando você comete um erro em direção a algum familiar seu, você deseja ser perdoado, não é mesmo? Da mesma maneira, quando o outro erra e se arrepende, ele também espera o seu perdão. Por isso, perdoe os erros cometidos e permita que a relação possa ser restabelecida. Perdoar é um gesto de humildade fundamental às relações humanas, afinal de contas, todo mundo erra. Não perdoar significa colocar-se em uma posição de superioridade que só dificulta as coisas.

• Foque no autocuidado

Para lidar com uma família difícil, é importante que você cuide bem da sua saúde física e mental. Isso permite que você lide melhor com as situações de conflito, sem permitir que as emoções anulem o seu pensamento racional. Por isso, a fim de ter uma vida mais equilibrada, procure dormir bem, alimentar-se de forma equilibrada, fazer uma boa gestão do seu tempo, praticar atividades físicas e ter momentos de lazer ao lado de companhias agradáveis.

• Busque ajuda profissional

Pode ser uma boa ideia buscar aconselhamento familiar ou de casal com terapeutas qualificados. Esses profissionais ajudam os envolvidos a identificar padrões de comportamento e fornecem estratégias para melhorar a dinâmica familiar. No caso do coaching, há profissionais especializados no coaching familiar que também realizam esse trabalho, se utilizando de diferentes métodos, como a constelação familiar sistêmica.

• Afaste-se quando for preciso

Infelizmente, há circunstâncias em que realmente é preciso afastar-se de alguns familiares. É o caso de pessoas que fazem mal para a sua saúde mental — que julgam as suas atitudes, que criticam sem o propósito de ajudar, que humilham, que ofendem, que o impedem de ser quem você é e, em casos extremos, que agridem de diversas formas. Nesse caso, entenda que você não é obrigado a conviver com uma pessoa pelo simples fato de ser da sua família. Afaste-se e cuide-se. Você tem esse direito.

Enfrentar a dor de uma família difícil é um processo complexo. Existem diferentes motivos que geram conflitos nesse meio, e, portanto, há vários mecanismos para lidar com esse fato. Que você consiga analisar a sua situação e agir de acordo com as suas perspectivas. Família é muito mais do que sangue e genética.

E você, querida pessoa, já teve que lidar com uma família difícil ou com algum familiar difícil? Como foi ou tem sido a sua experiência? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!