Como identificar e lidar com uma mulher abusiva em um relacionamento?

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Saiba como a mulher pode ser abusiva em um relacionamento.

Historicamente, as mulheres sempre foram as maiores vítimas dos relacionamentos abusivos. Há estatísticas que mostram que, no Brasil e no mundo, grande parte da população feminina já sofreu ou sofre com violência psicológica, física, sexual ou patrimonial dos seus parceiros.

Mas será que o oposto também ocorre? Será que homens podem ser vítimas de relacionamentos abusivos? Ou será que mulheres podem ser vítimas de outras mulheres? Como? Essa realidade é bem menos comum, mas também ocorre. Continue a leitura a seguir e saiba como uma mulher abusiva se comporta em uma relação. Confira!

Os homens podem ser as vítimas de um relacionamento abusivo?

Sim. Não é algo tão falado nas conversas ou nos meios de comunicação, já que a proporção é bem inferior à de mulheres que são vítimas, mas, sim, pode acontecer. Pode parecer complicado pensar nisso, mas devemos levar em consideração que a violência física é apenas um dos meios de uma relação ser abusiva. Há outras formas para prejudicar, humilhar, enganar e desestabilizar emocionalmente uma pessoa — e, nesse sentido, o abusador pode ser de qualquer gênero.

Enquanto a violência física é relativamente mais fácil de comprovar, as agressões psicológicas (mentiras, manipulações, chantagens etc.) são mais difíceis. Agressões físicas até podem acontecer de mulheres para homens (ou para outras mulheres), mas, devido à menor força, são menos frequentes.

Os casos de mulheres abusivas não são tão comuns, mas existem. Eles são pouco citados justamente porque quem passa por isso permanece em silêncio, o que se dá devido a uma série de razões pessoais e sociais, conforme você verá a seguir.

De que formas a mulher pode ser abusiva em um relacionamento?

Conforme citamos, os casos de abusos promovidos por mulheres em direção aos homens (ou outras mulheres) são predominantemente psicológicos, já que as agressões físicas são mais raras. Confira, na sequência, algumas das formas mais comuns de relações abusivas em que o homem é a vítima.

  • Xingar, humilhar ou difamar a imagem do parceiro — o que pode ocorrer dentro de casa ou em público (na presença de amigos, familiares ou desconhecidos);
  • Agir com ciúme excessivo, controlando os locais que o parceiro pode frequentar e as pessoas que podem fazer parte da vida dele;
  • Controlar diversos aspectos da vida do parceiro, como os horários de entrada e de saída do parceiro em casa, a profissão que exerce, as roupas que usa etc.;
  • Chantagear emocionalmente o parceiro, fazendo com que ele sinta culpa por suas ações, mesmo quando ele não tiver feito nada de errado;
  • Trazer para a discussão falas e fatos que não ocorreram, como forma de confundir e desestabilizar a mente do parceiro;
  • Controlar o dinheiro do casal, tomando todas as decisões financeiras da família sem incluir o parceiro no processo;
  • Gritar, elevar o tom de voz e chorar, em vez de conversar com tranquilidade para resolver os problemas;
  • Expulsar o parceiro de casa ou de certos ambientes;
  • Ameaçar encerrar o relacionamento, tirar os bens do parceiro ou impedi-lo de ver os filhos na justiça;
  • Esconder documentos, objetos, informações etc.

E após o fim da relação?

Se há algo que se manifesta de forma muito semelhante em homens e em mulheres abusivos é o fato de não superarem o término de um relacionamento. Quando o parceiro abusado coloca um fim na relação, o abusivo não aceita e não se distancia do ex-parceiro. Nesse caso, as mulheres que se sentem traídas ou injustiçadas podem até perseguir o ex para perturbá-lo.

Essa perseguição pode ser física ou por telefonemas e redes sociais. A mulher pode aparecer com histórias inventadas para restabelecer a relação, como gravidez, doenças, crises financeiras, entre outros. Há casos em que a ex-namorada começa a perturbar até mesmo a namorada atual do homem para atingi-lo.

Com relação aos casais separados, as brigas podem ser motivadas por pensão alimentícia ou pela guarda dos filhos. A mulher abusiva pode tentar prejudicar a imagem do ex-parceiro diante do juiz e até mesmo dos filhos, tentando impedi-lo de vê-los. Essas atitudes podem ser denunciadas às autoridades para que providências sejam tomadas.

Os homens ficam em silêncio. Por quê?

Assumir que está em um relacionamento abusivo é difícil para qualquer pessoa. Para as mulheres, há o medo. Para os homens, a vergonha. Há um conjunto de fatores sociais e históricos que fazem com que as vítimas do sexo masculino se calem. Com o passar do tempo e com transformações sociais importantes, espera-se que isso mude.

Até lá, confira as principais razões pelas quais os homens ficam em silêncio diante de relacionamentos abusivos.

 

  • Machismo

 

Admitir que uma mulher está controlando a relação e prejudicando a vida de um homem pode ser algo difícil de admitir. Vivemos em uma sociedade marcada pelo machismo, em que a masculinidade é sinônimo de força e poder. Por isso, estar em uma relação abusiva pode ser interpretado como perda de virilidade.

Por isso, permanecer em silêncio torna-se uma “escapatória” para que o homem não se sinta ainda mais humilhado e exposto à rejeição e à ridicularização de amigos e familiares. Dessa forma, ter uma rede de apoio sólida e empática faz muita diferença nesses casos.

 

  •  Medo de ninguém acreditar

 

Conforme citamos, os casos de mulheres abusivas em relação a homens são menos frequentes do que os homens abusivos com mulheres. Por isso, muitas vítimas do sexo masculino evitam tocar no assunto ou reportá-lo por medo de que ninguém acredite neles ou que não levem o seu relato a sério.

Amigos, parentes, colegas de trabalho e até autoridades podem ridicularizar a situação por ainda terem a falsa crença de que uma mulher ser abusiva com um homem é algo inconcebível. O homem passa a se questionar “Será que a situação é assim tão grave? Ou é melhor eu ficar quieto?”.

 

  • Preservação da família

 

No caso dos casais que têm filhos, a vítima também pode evitar trazer o assunto à tona justamente para poupar os filhos do sofrimento. Querendo manter a saúde mental deles, o homem pode preferir ficar em silêncio. Especialmente se houver uma situação financeira limitada, a vítima pensará duas vezes antes de tomar uma decisão que provoque o término do relacionamento.

 

  • Transtornos da mente

 

Infelizmente, não são raros os casos de vítimas de relações abusivas que desenvolvem transtornos da mente, como depressão, transtornos de ansiedade, transtorno do pânico, entre outros. Na presença desses transtornos, pode ficar ainda mais difícil admitir o problema e pedir ajuda.

Pode haver, inclusive, uma considerável perda de autoestima, tanto em homens quanto em mulheres. Assim, a vítima pode passar a acreditar nas desconfianças criadas pela parceira e sentir vergonha de si mesmo. Pode haver uma falsa crença de merecimento: “eu mereço ser humilhado e tratado dessa forma”.

O que fazer?

Se você estiver sendo vítima de uma mulher abusiva em um relacionamento, siga as recomendações a seguir:

  • No caso dos homens, entenda que esse relacionamento abusivo não significa a perda da sua masculinidade. Calar-se só vai agravar a sua saúde mental;
  • Busque o apoio de pessoas da sua confiança para manter-se longe da ex-parceira. Termine a relação, pois ela está sendo nociva, mesmo que você fique em dúvida em alguns momentos;
  • Acione serviços de emergência se você acreditar que você ou que os seus filhos não estão seguros. As autoridades têm obrigação de atendê-lo sem qualquer julgamento;
  • Não revide as provocações da parceira abusiva, pois é isso que ela espera que você faça;
  • Se necessário, procure ajuda psicológica para lidar melhor com os seus sentimentos;
  • Lembre-se de que quebrar o silêncio nesses casos ajuda a encerrar esse tabu e a ajudar outras pessoas que estejam sendo vítimas de mulheres abusivas.

Como você pode notar, sim, existem mulheres que podem ser abusivas. Sair de um relacionamento desse e assumir o problema não significa ser fraco ou “menos másculo”. Entenda que ser abusivo pode acontecer com qualquer pessoa. Por mais que isso seja mais comum nos homens em direção às mulheres, o oposto também pode ocorrer.

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