Quando se está passando por uma colocação ou recolocação no mercado de trabalho, é importante fazer uma autoavaliação para conseguir transmitir para os recrutadores, de forma apropriada, os pontos sobre a sua personalidade no ambiente corporativo. Nas entrevistas desses processos, é bastante comum surgir uma pergunta perigosa: quais são os seus pontos negativos?
Segundo pesquisadores, muitos candidatos dão respostas vagas ou superficiais porque vão para entrevista sem se preparar para essa pergunta. Para falar com rigor, é preciso fazer um exercício de autoanálise. Analisar os feedbacks recebidos por chefes e colegas também é de grande valia.
A pergunta não serve apenas para que a empresa conheça os seus pontos fracos, mas para você demonstrar que tem autoconhecimento e que você pesquisou e refletiu sobre as suas falhas, o que indica honestidade e comprometimento para tornar-se alguém melhor a cada dia.
Todavia, convenhamos que não é fácil responder a esse questionamento, não é mesmo? Pensando nisso, separamos algumas dicas para que você se saia bem nesse momento tão delicado e complexo dos processos seletivos. Preparado? Então, siga em frente e tenha uma ótima leitura!
1. Evite os clichês — qualidades disfarçadas de defeitos
Nas entrevistas realizadas pelos departamentos de RH, os recrutadores sempre pedem para que o candidato fale sobre os seus defeitos. Não é arrogância, mas muitos acham difícil falar sobre os seus pontos fracos, simplesmente por falta de autoconhecimento. Ficar em silêncio ou mencionar qualidades disfarçadas de defeitos apenas mostra que você não sabe muito sobre si mesmo.
O que os recrutadores mais ouvem são as palavras “perfeccionista” e “workaholic”, clichês muito genéricos que só reforçam que o candidato ou não se conhece, ou não quer realmente falar o que pensa. Além disso, são qualidades disfarçadas, uma vez que, para a empresa, é bom contar com gente perfeccionista e workaholic (embora sejam características negativas para a saúde do profissional).
2. Não cometa “sincericídio”
Não devemos recorrer aos clichês, mas, por outro lado, também não devemos perder a noção do bom senso. Alguns defeitos podem realmente tirar você de um processo seletivo. Dizer que você é egoísta, briguento ou preguiçoso será visto com maus olhos em qualquer organização. Por isso, verifique os valores da cultura da empresa, pois fazer uma afirmação que vá contra esses valores é quase certeza de desclassificação.
Além disso, fique atento ao que se espera da sua vaga. Se a descrição pede um profissional analítico, não diga na entrevista que você tem dificuldade em interpretar dados. Outro exemplo: se a vaga pede alguém com elevados conhecimentos matemáticos, não diga que você não é bom com números. Cite defeitos sinceros, mas que você sabe que não o vão tirar da disputa.
3. Não se esconda
Colocar as cartas na mesa é a melhor opção, pois isso demonstra honestidade para ambas as partes. Por exemplo, se você omite a sua dificuldade em organizar o seu tempo ou a sua impaciência, esses problemas em algum momento, caso você seja contratado, vão aparecer. Uma falsa expectativa criada na entrevista será cobrada em um momento futuro, o que pode pegar mal para a sua imagem dentro da corporação.
Contudo, é importante filtrar o contexto apresentado para o recrutador. Não cabe falar de falhas e defeitos de ordem pessoal ou que especificamente são contrárias às exigências da vaga, conforme vimos no item acima. O ideal é que você seja sincero, cite um defeito, mas mostre que está consciente disso e que já está fazendo o possível para melhorar nesse sentido. Por exemplo: “sou um pouco desorganizado, mas já comprei uma agenda para anotar os meus afazeres, evitando esquecê-los”.
4. Demonstre empenho para mudar
Foque particularmente nessa última parte da dica anterior. É considerado, pelos recrutadores, essencial que não apenas sejam reconhecidos os pontos fracos, mas também as oportunidades de mudança, o que já foi feito e o que se pretende fazer para saná-los.
Fale sobre como descobriu os seus defeitos, como e quando foram observados, quais os feedbacks que recebeu a respeito deles, assim como os momentos em que conseguiu realmente superá-los na prática. O mais importante é demonstrar a disposição para se aperfeiçoar, tanto em relação às competências relevantes para o cargo, quanto aos defeitos já observados. Mostre que você tem um plano de ação para contornar a situação.
Afinal, quais defeitos eu posso citar?
Agora que você já conferiu algumas dicas sobre o que fazer diante dessa perigosa pergunta, provavelmente já consegue delimitar melhor os seus possíveis defeitos. De qualquer forma, selecionamos alguns exemplos sinceros para utilizar como resposta, desde que você de fato se identifique com eles. Perceba que são características de fato negativas, mas que são “perdoáveis” em uma entrevista de emprego.
- Nervosismo: insegurança é algo comum e que até pode indicar uma preocupação excessiva com a qualidade do trabalho;
- Ansiedade: indica uma preocupação excessiva com o futuro. Pode causar problemas de atenção e concentração, mas, se bem administrada, pode até trazer bons resultados;
- Medo de falar em público: também é uma característica relativamente frequente. Utilize-a, desde que a vaga em questão não exija essa habilidade;
- Timidez: pode ser prejudicial em alguns contextos, mas, em geral, não é vista como um defeito;
- Conversas excessivas: podem ser um defeito grave em algumas culturas, ou algo normal em outras, depende da empresa;
- Dificuldade de delegação: indica uma atitude centralizadora, com dificuldade de confiar em outras pessoas — não é interessante para cargos de liderança;
- Desorganização ou má administração do tempo: é um defeito relativamente comum, mas que pode ser perdoado se a pessoa focar no que está fazendo para melhorar nesse aspecto.
Como você pode perceber, há algumas sugestões de defeitos que podem ser utilizadas, fugindo dos clichês, mas também sem comprometer a sua imagem no processo seletivo. Estude a si mesmo com sabedoria para chegar a uma resposta satisfatória!
E você, ser de luz, que tipo de defeito cita nesses momentos delicados das entrevistas de emprego? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!