Um ano após a tragédia da Boate Kiss, uma das maiores da história do país, familiares, pais, irmãos, amigos, colegas e conhecidos buscam forças para seguir em frente. A cidade de Santa Maria tem se esforçado cada vez mais, para amenizar a dor causada pelas mortes de 242 pessoas no incêndio, que ocorreu na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013.
Ainda hoje, cerca de 90 pessoas fazem tratamentos para tentar reduzir as sequelas, emocionais e físicas, herdadas daquela trágica noite. Centenas de famílias sofrem com essa dolorosa situação, que comoveu o Brasil e repercutiu em todo mundo.
Entretanto, através de caminhos próprios familiares e amigos buscam amenizar a dor provocada por suas perdas. Com isso podemos ver, mesmo diante da ausência e da luta por justiça, vários exemplos de superação que podem nos ensinar muito.
Resiliência, Solidariedade e Heroísmo
Kelen Ferreira, uma das sobreviventes, é um grande exemplo de resiliência e aos poucos está conseguindo retomar sua rotina. A universitária perdeu uma perna e ficou com os braços queimados. Mas apesar de tudo, ela está seguindo em frente e hoje, aos poucos, vai reconstruindo sua vida.
Foto: Carlos Macedo / Agência RBS - Kelen Ferreira fazendo fisioterapia
Outro grande exemplo de superação é o das famílias das cinco amigas: Vitória, Gilmara, Andrielle, Mirela e Flávia, que também foram vítimas desta grande tragédia. Os pais das jovens encontraram na criação da ONG, “Para Sempre Cinderelas”, uma forma de manter viva a memória de suas filhas e, através do voluntariado, tem ajudado sua comunidade a ter um futuro melhor.
A organização tem como mensagem central “Transformar a Dor em Solidariedade”, e presta trabalhos voluntários para instituições carentes e crianças necessitadas por meio de doações de alimentos, roupas e outros materiais, buscando desta forma oportunizar uma melhor qualidade de vida para essas pessoas.
Foto: G1 - Vitória, Gilmara, Andrielle, Mirela e Flávia, minutos antes da tragédia.
Outra história que chama bastante atenção é a de Vinícius Rosado, um dos primeiros jovens a conseguir escapar da boate em chamas naquela madrugada fatídica. O estudante de educação física voltou ao local para tentar salvar algumas pessoas que ficaram presas.
Em seus diversos retornos à boate, o rapaz conseguiu retirar de lá ao menos 14 vítimas. Seu ato heroico ajudou salvar estas vidas, mas infelizmente Vinícius não conseguiu sobreviver ao incêndio e acabou falecendo antes mesmo de chegar ao hospital.
Foto: G1 - Vinícius Rosado
Ainda hoje, diversas pessoas fazem tratamentos respiratórios, dermatológicos, psicológicos e estéticos para diminuir as sequelas provocadas pelo fogo e a fumaça. Outras centenas buscam amenizar a dor através de diversas atividades que trazem às memórias positivas seus entes queridos.
Sabemos que nada poderá reparar estas perdas, mas ainda assim as famílias tentam preencher o vazio ajudando ao próximo, estando presente na vida de outras pessoas que precisam de auxílio. Com certeza a noite de 27 de janeiro de 2013 jamais será esquecida. No entanto, hoje, Santa Maria não será lembrada apenas pela tragédia, será lembrada também por sua força, resiliência e solidariedade.
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