A sociedade como um todo possui inúmeras desigualdades e tal questão estende-se também ao meio corporativo. Nesse contexto, a gestão da diversidade se mostra como uma estratégia para a atração, acolhimento e engajamento de colaboradores com histórias distintas.
Além de ser interessante do ponto de vista da construção da imagem da organização, a gestão da diversidade também é relevante para ampliar os horizontes das equipes corporativas.
Na teoria, várias empresas dizem praticar a diversidade ao contratar colaboradores, mas será que isso realmente acontece na prática? Qual é o papel das empresas neste cenário? Como as companhias podem contribuir com uma sociedade diversa e mais respeitosa? Para saber mais sobre este tema, continue a leitura!
O que é gestão da diversidade?
Certamente, você já ouviu falar a respeito de diferentes modelos de gestão de pessoas, como a gestão por competências, vertical, horizontal, de carreira entre outros. Há várias formas de administrar uma companhia e as equipes de colaboradores.
Todos esses métodos buscam a valorização de um aspecto específico, visando gerar impacto positivo nos resultados coletivos. Em outras palavras, são métodos que escolhem um foco para investir e assim potencializar os resultados.
Nesse cenário de diferentes modelos de gestão de pessoas há um modelo que vem ganhando mais destaque nos últimos tempos, a gestão da diversidade. Esse modelo foca na atração, valorização e exploração do que os colaboradores podem agregar de melhor. Observar e acolher as diferentes vivências, respeitando os talentos individuais e o trabalho coletivo, é determinante para o sucesso da companhia.
Origens da gestão da diversidade
O conceito de gestão da diversidade não é recente, na verdade, ele nasceu a partir de inúmeras mudanças sociais que ocorreram em décadas passadas. Essas transformações sociais trouxeram à tona a importância de abordar e trabalhar com a diversidade dentro das organizações.
Questões como o aumento de mulheres e pessoas de diferentes gerações no mercado de trabalho contribuíram para a formação desse conceito. Também podemos citar o crescimento dos fluxos migratórios e a potencialização da globalização. Todos esses contextos levaram à percepção de que era necessário tomar medidas para agregar os novos grupos ao mercado de trabalho.
Contudo, o grande destaque para esse tema ocorreu mesmo nos últimos anos, a partir do maior espaço conquistado por grupos que estavam à margem da mídia. Grupos minoritários que se encontravam excluídos da narrativa passaram a ser vistos e integrados no contexto político geral. Essas pessoas tiveram suas vozes ouvidas e seus pontos de vista respeitados.
Já se tem a compreensão de que integrantes desses grupos compõem os públicos de clientes, colaboradores, líderes, parceiros, empreendedores, enfim, estão em todo o mercado. É interessante pontuar que, mesmo que essas pessoas tenham realidades parecidas, possuem vivências ímpares. Nenhum indivíduo é igual ao outro.
Diversidade nas empresas: uma questão de respeito
Em todos os tempos da história existiram pessoas diferentes, grupos distintos. Nossa sociedade é formada por pessoas diversas e não tem como as empresas ignorarem este fato. Afinal, são estas pessoas diferentes que também trabalham, lideram processos e equipes. São profissionais disponíveis no mercado e com habilidades que podem contribuir com o crescimento de organizações empresariais dos mais variados segmentos.
Infelizmente, para muitas pessoas a busca por emprego e oportunidades de trabalho tem desafios que vão além de suas habilidades profissionais. O fato é que os grupos de minoria (negros, índios, pessoas com deficiência, LGTBQIAP+, idosos, etc), ainda passam por situações de discriminação ao tentarem ingressar no mercado de trabalho e o caminho para o fim dessa situação ainda é longo.
Valorização do diferente
Vivemos um momento em que se está construindo uma ideia de que a diferença soma e agrega, levando a resultados mais significativos. Há o anseio do mercado de selecionar e aproveitar as características mais diversas e individuais. As diferenças que cada um oferece para o grupo ajudam a formar um todo único. Essa é a forma mais estratégica de aproveitar os talentos de uma companhia.
Ter uma equipe diversa significa contar com colaboradores de grupos distintos, como LGTBQIAP+, indígenas, negros, idosos, mulheres, pessoas com deficiência, entre outros. As vivências que pessoas de realidades diferentes possuem permitem construir um debate muito mais rico e com possibilidade de chegar a respostas diferentes. Sair da própria bolha é muito importante.
Gestão da diversidade: a realidade do mercado que ainda caminha para a diversificação
A realidade da gestão da diversidade nas empresas ainda não é altamente presente no meio corporativo. A organização que se preocupa apenas com o produto/serviço que oferece, precisa urgentemente rever seus conceitos. O cliente atual valoriza as empresas que, mais do que lucro, também buscam por ações capazes de mudar cenários, gerar soluções e melhorar o mundo em que vivemos.
Além disso, não respeitar a diversidade dos profissionais é garantir que atitudes preconceituosas e excludentes se fortaleçam. Todos merecem oportunidades de trabalho e o ideal é que sua orientação sexual, etnia e identidade de gênero não sejam fatores que afastem as pessoas da almejada carreira de sucesso. Pense nisso!
Uma medida que algumas empresas vêm adotando para reduzir o peso que esses fatores têm para as contratações é realizar processos seletivos às cegas. Todos os elementos que podem influenciar na contratação ou não de um profissional são removidos da base de dados. Assim, o recrutador tem acesso somente a informações relevantes a respeito de habilidades técnicas do possível novo colaborador.
A realidade é que esse tipo de medida ainda é exceção e vai levar algum tempo para se tornar regra. Contudo, sempre que uma empresa se engaja nessa busca por diversidade a sociedade dá mais um largo passo.
O papel das empresas em prol da diversidade: conheça os desafios
As empresas têm papel fundamental no auxílio para a construção de um mundo mais igualitário, e engana-se quem pensa que essa função cabe apenas ao departamento de RH. Toda a organização deve trabalhar em prol da diminuição da desigualdade de gênero, do preconceito quanto à orientação sexual e racismo, visto que todo e qualquer profissional, desde que qualificado para a vaga em questão, merece a chance de ser contratado.
Contudo, a gestão da diversidade ainda é um conceito pouco utilizado entre as empresas brasileiras. Existe a grande necessidade da implementação de políticas, alteração no modo como a empresa se comunica, mudanças organizacionais, investimento em iniciativas de apoio e o olhar atento dos demais colaboradores. Os gestores devem estar cientes que a prática de promover os menos favorecidos, precisa ser urgentemente desenvolvida.
Para tanto, realizar treinamentos, elaborar programas e apresentar aos colaboradores a maneira como todos devem ser tratados, são ótimas alternativas para que a gestão da diversidade realmente possa acontecer no dia a dia de uma empresa.
Através dessa diretriz, a organização apresenta a seus profissionais, clientes, fornecedores e toda a sociedade, que as diferenças entre os grupos existem, mas isso, além de não ser um problema, também é valorizado.
Benefícios da gestão da diversidade
Considerar as diferenças que existem nos grupos de profissionais é um fator que acarreta inúmeras vantagens à organização. Algumas delas são:
– Reconhecer e valorizar os grupos de minoria, significa que a organização está disposta a criar um ambiente plural e aprecia o seu colaborador por conta da sua competência. Isso aumenta a criatividade e a produtividade das equipes.
– Tal valorização gera desenvolvimento de habilidades e crescimento profissional ao colaborador.
– Com um quadro de profissionais diversificado, a empresa tem equipes flexíveis e capazes de entender as necessidades da sociedade. E assim, estipula estratégias eficazes e desenvolve produtos e serviços vendáveis e que geram lucro.
– Sendo assim, a organização abre novos nichos de mercado e garante vantagem competitiva em relação às outras empresas.
– O ambiente plural diminui a rotatividade de colaboradores.
– A organização que promove a igualdade é vista pela população como socialmente responsável.
E você, conhece uma empresa que de fato pratica a gestão da diversidade? Como a sua empresa lida com a diversidade de seus colaboradores? Utilize o espaço abaixo para contar a sua experiência e também a sua opinião sobre este assunto. Espalhe o conhecimento, compartilhe este artigo em suas redes sociais!
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