No mecanismo da economia, alavancagem é um termo utilizado para definir todo tipo de técnica utilizada com o intuito de multiplicar a rentabilidade através do endividamento. Tal prática é resultado do usufruto dos recursos de terceiros dentro da estrutura do capital de uma empresa. Ou seja: a organização se utiliza de ativos e recursos externos, tomados em forma de empréstimo a custo fixo, com o objetivo de aumentar o lucro dos seus acionistas.
Quando falamos de alavancagem, precisamos entender que existem duas modalidades, a financeira, sobre a qual iremos tratar neste artigo, e a operacional, que é determinada pela relação existente entre as receitas operacionais e o Lucro Antes de Juros e Imposto de Renda (LAJIR).
A alavancagem financeira é uma técnica usada para melhorar e impulsionar a situação financeira de uma organização. Embora aparentemente seja uma ferramenta positiva para o desenvolvimento da empresa, ela pode oferecer riscos no que diz respeito à criação de dívidas. Isso acontece porque a melhor forma de obter recursos para a alavancagem é por meio da utilização de recursos de terceiros.
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Além disso, esse método de alavancagem pode ser entendido como o efeito produzido após um empréstimo de capital externo sobre um patrimônio líquido. Por conta dos juros que costumam estar envolvidos nessas transações, quanto maior a alavancagem, maior pode ser o retorno, mas também maior pode ser o risco de dívidas. Por isso, essa é uma técnica que deve ser usada com muito cuidado e planejamento, evitando complicações futuras.
Objetivo da alavancagem financeira
Como vimos, a alavancagem financeira tem como principal objetivo potencializar a rentabilidade dos capitais próprios de uma empresa e o lucro de seus acionistas. Ou seja, esse método funciona como um multiplicador do capital próprio.
De acordo com Lawrence J. Gitman, professor de finanças na Universidade Estadual de San Diego, nos Estados Unidos, as empresas optam pela alavancagem para poder usar os recursos de terceiros, apresentados em forma de empréstimos, debêntures, ações preferenciais, entre outros, para maximizar os efeitos de sua variação do lucro operacional (LAJIR) sobre os lucros por ação. Portanto, se a alavancagem aumentar o retorno, maior será o risco eventual à insolvência.
A decisão de usar esse conceito, na visão de Gitman, autor de mais de 40 artigos publicados e vários livros didáticos sobre economia, faz parte de uma conjuntura de fatores que depende não apenas de uma expectativa de rentabilidade dos investimentos a serem realizados com recursos de empréstimos, mas também dos custos desse empréstimo. Basicamente, é preciso analisar o contexto para entender qual ação tomar.
Qual é o risco que a empresa corre
Toda e qualquer quantia solicitada em um banco envolve juros, que geralmente são cobrados de maneira exorbitante. O Grau de Alavancagem Financeira, conhecido como GAF, consegue medir e evidenciar os riscos que uma empresa está se submetendo ao optar pela ajuda do capital de terceiros.
Antes de recorrer a esse procedimento, é preciso estudar e se preparar para a influência desse acréscimo de endividamento na estrutura monetária da empresa, bem como o risco financeiro envolvido na ação e suas consequências para o negócio em curto, médio e longo prazos. Tal endividamento só se mostrará interessante se o custo de empréstimo for menor que o retorno que se espera obter com a aplicação de recursos oriundos desse empréstimo.
Para isso, a teoria deve ser igual a prática e deve ser positiva para a empresa. Portanto, os capitais adquiridos devem produzir efeitos positivos sobre o patrimônio líquido da organização, ou seja, o retorno sobre o patrimônio líquido deve ser superior ao retorno sobre o ativo. Pense bem: de nada adiantaria a sua empresa captar recursos em longo prazo e, após essa captação, descobrir que o retorno sobre o seu patrimônio líquido recuou à posição anterior ao investimento em capital externo.
Como fazer o cálculo do GAF
Após ler tudo isso, você deve estar se perguntando como o grau de alavancagem financeira deve ser calculado por uma organização? O GAF deve ser calculado e associado com algumas variações existentes na área administrativa e financeira de uma empresa, seguindo a seguinte fórmula:
GAF = Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RPL) / Retorno sobre o Ativo Total (RAT)
Para chegar ao valor do RPL, você deve calcular a relação entre o lucro líquido e o patrimônio líquido da seguinte maneira:
RPL = Lucro Líquido / Patrimônio Líquido
Da mesma forma, para chegar ao número que corresponde ao RAT, você precisa calcular os lucro da empresa depois do Imposto de Renda e antes dos juros em relação ao ativo total da organização com a fórmula:
RAT = Lucro depois do Imposto de Renda e antes dos juros / Ativo Total
Se, ao final dos cálculos, você chegar a um valor final igual a 1, o risco financeiro da sua empresa é baixo. Por outro lado, se o valor final do GAF for menor do que 1, a alavancagem financeira da empresa já pode ser considerada favorável, o que significa que o valor do retorno em relação ao recebido será maior do que a remuneração com juros.
Em uma terceira situação, o GAF pode ter o valor final maior que 1, o que pode ser algo negativo para a empresa. Nesse caso, a condição é desfavorável e a organização deverá rever a estratégia e utilizar o mecanismo a seu favor.
Como prever e evitar prejuízos
Baseado nos estudos de mercado, de um planejamento estratégico bem estruturado e do acompanhamento dos cálculos sobre os investimentos e o capital de uma empresa, é possível adotar algumas medidas simples para evitar prejuízos com a alavancagem financeira. Dentre eles, destaco os seguintes pontos:
- Crie valores sustentáveis para garantir a permanência da sua empresa no mercado;
- Tome decisões pensando sempre nos riscos que elas podem gerar;
- Identifique, analise e quantifique os elementos de gestão da organização;
- Se houver uma oportunidade de melhoria dentro da empresa, faça de tudo para resolvê-la, evitando procrastinar ou “repassar a bola” para outra pessoa;
- Tome nota dos riscos e não os ignore. Pode ser difícil de resolver, mas não impossível;
- Evite ao máximo delegar o papel de gestão da organização para agências de rating;
- Esteja sempre preparado para aquilo que você acha que nunca acontecerá com você e sua empresa.
Além de estar atento aos fatos administrativos e financeiros da sua empresa, é importante recorrer a outras formas de prevenção, buscando conhecimento, desenvolvimento pessoal e profissional. Essas também podem ser uma forma extraordinária de administrar uma empresa.
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Imagem: INAMEL / Shutterstock