Obsolescência programada é uma estratégia usada por algumas indústrias para induzir o consumidor a adquirir novos produtos periodicamente, algo que pode ser percebido especialmente com os eletrônicos. Celulares, computadores, tablets e relógios inteligentes são bons exemplos disso, com alguns anos de uso começam a apresentar defeitos ou se tornam ultrapassados, levando as pessoas a adquirirem novos.
Continue a leitura para entender melhor o assunto e saber quais são as suas consequências. Assim, conseguirá fazer escolhas mais conscientes em relação ao consumo, evitando a compra impulsiva.
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Como a obsolescência programada funciona?
Quando uma empresa vai lançar um produto, precisa definir todos os seus detalhes, usos, funcionalidades e, também, a sua validade. Então, com base nesses dados, o item é fabricado e comercializado. A obsolescência programada surgiu como uma estratégia das indústrias durante a Grande Depressão, entre 1929 e 1930, como uma forma de recuperar a economia.
Um caso que ficou famoso ocorreu nessa mesma época, quando um grupo de empresas norte americanas e europeias fabricantes de lâmpadas se reuniu para reduzir a vida útil do seu produto. As lâmpadas, que antes tinham vida útil de 1.500 a 2.500 horas, passaram a ter apenas 1.000, para forçar as pessoas a comprarem mais e, assim, acelerar as vendas.
Da década de 1930 para cá, muitos casos de obsolescência programada foram identificados, como o de impressoras que eram fabricadas para imprimir uma quantidade x de folhas e, após atingirem esse limite, simplesmente paravam de funcionar, sem a opção de reparo.
Atualmente, essa se tornou uma estratégia arriscada, visto que a qualidade é uma das exigências do consumidor, com a grande concorrência no mercado, fornecer itens com vida útil curta pode não ser viável. De qualquer forma, é fato que muitos dos itens que consumimos acabam se tornando naturalmente ultrapassados, um fenômeno que é chamado de obsolescência percebida, entenda a seguir como ele funciona.
O que é obsolescência percebida?
Diferente da obsolescência programada, a obsolescência percebida não faz com que os produtos parem de funcionar, é o consumidor que passa a desejar algo mais moderno. Isso ocorre por conta dos lançamentos constantes por parte da indústria, com modelos cada vez mais inovadores, gerando o desejo de consumo.
Os smartphones são bons exemplos disso, muitas pessoas estão com aparelhos novos e funcionando perfeitamente, mas basta as marcas lançarem um novo modelo para que realizem a troca. Às vezes, é a câmera que ganha uma resolução melhor, o design que sofre alguma mudança, a bateria se torna mais eficiente, são muitas as possibilidades.
É importante nos tornarmos conscientes em relação a isso para evitarmos o consumo pelo consumo. Embora muitos aparelhos sejam criados com funcionalidades que realmente fazem a diferença na vida do usuário, em muitos casos a substituição se dá apenas por uma necessidade de se sentir parte de um grupo e não ficar para trás.
Existe até um nome para esse desejo de estar por dentro das novidades: FOMO, uma sigla para “fear of missing out”, que representa o medo de perder alguma novidade e ser deixado para trás. Esse conceito se aplica a muitas questões, incluindo o consumo de eletrônicos, roupas e outros itens que se tornam uma tendência.
Perigos da obsolescência programada
O grande prejudicado com o alto consumo de produtos é o meio ambiente, já que nem todos os itens são reciclados e acabam sendo simplesmente descartados, como lixo. Devemos nos lembrar que a expressão “jogar fora” quando falamos de lixo é um tanto quanto controversa, já que não existe “fora” e tudo é descartado no planeta em que vivemos.
Além do mais, existe a questão citada anteriormente, a respeito do consumo pelo consumo, que acaba fazendo com que as coisas percam o valor que damos a elas em pouco tempo. Por todos esses motivos, é importante refletirmos sobre o nosso comportamento como consumidores, para que saibamos fazer escolhas inteligentes que não prejudiquem a nós e nem o nosso planeta.
5 Dicas para um consumo responsável
Agora que já conheceu os conceitos de obsolescência programada e percebida, confira cinco dicas para se tornar um consumidor mais consciente.
1 – Pense antes de comprar
Antes de comprar um produto, pense se realmente precisa dele. Se for para substituir algo que já tem, verifique se há mesmo a necessidade ou se quer comprar apenas porque todas as outras pessoas estão comprando. Acredite, fazer essa reflexão te ajudará a se tornar um consumidor muito mais consciente.
2 – Verifique a qualidade dos produtos que irá comprar
Dê preferência para comprar itens que sejam de qualidade e que valham o investimento. Para isso, pesquise, leia resenhas de pessoas que já compraram, peça a opinião dos seus amigos. Esse processo, além de ajudar a fazer boas escolhas, evitará que compre por impulso.
3 – Sempre que possível, opte pelo conserto em vez da substituição
Em muitos casos, quando um produto apresenta algum defeito ou mesmo para de funcionar, é possível realizar o reparo. Considere essa possibilidade antes de comprar um item novo, além de gerar menos lixo ainda estará economizando, já que o conserto costuma sair bem mais em conta.
4 – Destine corretamente os itens que for descartar
Caso chegue à conclusão de que realmente precisa comprar um produto novo, lembre-se de destinar corretamente o item que será substituído. Você pode vender em grupos online de usados ou mesmo doar para alguém. Se o produto não estiver funcionando e não tiver conserto, procure saber se a marca possui uma política de logística reversa para recolhimento do mesmo.
5 – Dê significado para suas coisas
Por fim, por mais que os produtos que consome sejam meros objetos, você pode dar a eles significados. Afinal de contas, foram itens adquiridos através do seu trabalho ou mesmo dados a você por pessoas queridas e, portanto, devem ser valorizados. Fazendo isso, além de manusear com cuidado e aumentar a vida útil, evitará se tornar uma pessoa consumista e que compra coisas mesmo quando não precisa.
Você já tinha ouvido falar a respeito de obsolescência programada? Qual a sua opinião sobre o assunto? Comente abaixo e aproveite para compartilhar este conteúdo em suas redes sociais, para passar a informação e a reflexão adiante.
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