Como você age ao identificar que pessoas à sua volta estão com problemas? A resposta para essa pergunta pode ajudar a determinar se você tem empatia compassiva ou não. Trata-se de um tipo de empatia que vai além do mero entendimento das dificuldades alheias, visa colocar em prática uma forma de apoio, contribuindo para uma solução com potencial duradouro. Ser capaz de agir na prática pelo bem daqueles que nos cercam é crucial.
Empatia compassiva: ação para mudar as coisas
A conexão feita entre um coração transbordante de compaixão e ações práticas resulta no conceito de empatia compassiva, fazer mais para viver em um mundo melhor. Cada indivíduo da sociedade tem seu próprio potencial de contribuição para o coletivo, podendo fazer da sua realidade um lugar mais nobre e melhor para todos. Atrever-se a mudar a realidade pode ser uma forma relevante de fazer mais pelo bem-estar das pessoas de uma maneira geral.
Embora em discurso seja realmente algo bonito e inspirador, pode ser desafiador para muitos saírem da mera intenção para a concretização de ações para melhorar a vida dos demais. Basta refletir a respeito de como boa parte das pessoas compartilha posts em redes sociais focados em questões relevantes para a sociedade, mas não necessariamente contribui na prática para a solução do problema. A tendência é que o ser humano se sensibilize com o que vê acontecer à sua volta e isso pode distanciar alguns sofrimentos que estão fora do seu contexto.
Em resumo, a empatia compassiva se caracteriza por uma oferta de ajuda realmente útil para aquele que enfrenta problemas. A principal dificuldade para a difusão desse modelo empático está no fato de que nem sempre fica claro que um familiar ou outra pessoa de nossa convivência demanda esse apoio. Há casos ainda em que não se tem a possibilidade de ajudá-los.
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Conceituação de empatia compassiva
Paul Ekman, psicólogo especializado em emoções, foi quem definiu o conceito de empatia compassiva. Daniel Goleman também utilizou esse conceito para embasar a sua definição de coeficiente emocional, uma dimensão em que o ser humano consegue definir o seu nível de inteligência emocional.
A ideia central de quem trabalha com o conceito de empatia é que não se trata de um conceito raso e limitado a definir quem é empático por compreender a realidade emocional de terceiros ou não. Nem todo mundo tem a empatia tão bem desenvolvida e aplicada em sua vida.
Quais são os tipos de empatia existentes?
Muitas pessoas podem ficar confusas, mas não existe apenas um tipo de empatia, há diferentes formas de se colocar no lugar do outro para entender seus sentimentos e motivações. A empatia emocional se configura como sendo uma das “perigosas” para o cotidiano, podendo fazer com que os indivíduos se tornem muito focados nas questões pessoais dos outros.
Quem tem a empatia emocional bem desenvolvida tende a sentir e compreender largamente a realidade do outro. Os neurônios-espelho trabalham melhor naqueles que possuem esse tipo de empatia mais pronunciada, produzindo respostas emocionais ou até fisiológicas.
Outro tipo de empatia bastante relevante é a cognitiva, em que a inteligência é a ferramenta utilizada para entender como o outro se sente. A partir de um processo de reflexão e avaliação, é possível entender como uma terceira pessoa se sente e porque ela se sente dessa maneira, além de chegar a desenhar uma linha de pensamentos que podem estar na mente dela.
Por fim, há a empatia compassiva, em que, além de entender o que e por qual motivo a outra pessoa sente, há uma mobilização para ajudá-la a resolver seus problemas. É fazer mais do que apenas se colocar no lugar do outro, é agir para que ele se sinta melhor. No entanto, esse tipo de empatia tende a ser o mais desconhecido dentre as categorias apresentadas.
Principais características da empatia compassiva
Veja a seguir as principais características de indivíduos que têm a empatia compassiva bem desenvolvida em suas vidas. Essas pessoas tendem a gerenciar as suas relações com os demais de maneira mais eficiente, de forma a crescerem enquanto seres humanos inseridos em uma sociedade.
1 – Equilíbrio entre razão e emoção
Algumas pessoas tendem a ser extremamente emocionais nas decisões que tomam, enquanto outras privilegiam demasiadamente a racionalidade. Quem é compassivamente empático consegue estabelecer um equilíbrio entre o viés emocional e o viés racional. A possibilidade de agir no meio-termo é essencial para conseguir ter um planejamento mais eficaz, assim como ser mais feliz com as decisões tomadas.
Como esse indivíduo não se deixa afetar pelo emocional alheio, se torna um aliado mais interessante na busca por boas soluções para os problemas daqueles que enfrentam dificuldades. Sabe aquela pessoa que sempre sabe como ajudar da melhor maneira possível em diferentes situações? Então, essa pessoa é empático-compassiva.
2 – Abertura para receber apoio
A reciprocidade é a base para relações interpessoais saudáveis, trata-se de ajudar o outro quando ele necessita sabendo receber de volta esse apoio quando for relevante. Em geral, o ser humano foca em desenvolver melhor os relacionamentos mais recíprocos. O bem-estar pessoal daqueles com quem o empático-compassivo se relaciona é tão relevante quanto aceitar ajuda quando é o seu bem-estar que está em pauta.
3 – Oferece apoio porque deseja ajudar
Você provavelmente já se deparou com situações em que a pessoa que oferece ajuda o faz de forma abrupta, querendo conquistar o status de grande solucionador das queixas alheias. Quem tem a empatia compassiva bem desenvolvida sabe como oferecer a sua ajuda de maneira respeitosa e sem colocar a outra parte em um estado de dependência.
A ajuda do empático-compassivo tem como único objetivo contribuir para que o outro tenha uma vida melhor sem nenhuma segunda intenção. É estabelecida uma conexão de tal maneira que se tem respeito pelos demais, compreendendo as suas necessidades tanto sob o viés de problemas como sob o viés da melhor forma de contribuir.
4 – Mobilização
A empatia compassiva permite que o indivíduo tenha uma visão clara do que os outros precisam e a compreensão de até que ponto ele pode fazer a diferença sozinho. Ao perceber que somente o seu apoio não será suficiente para resolver a questão, esse indivíduo tende a mobilizar o seu círculo de convivência para contribuir significativamente também.
5 – Solidariedade
A compreensão dos sentimentos alheios combinada à ação efetiva para ajudar o outro configura um estado profundo de solidariedade daquele que está oferecendo sua contribuição. Ser solidário tem muito a ver com a sua própria capacidade de ser empático, lembrando que, em muitos casos, apenas entender a maneira como os outros se sentem não contribui para que os problemas possam ser solucionados devidamente.
Você tem sido empático-compassivo com aqueles à sua volta?
Essa é uma questão bastante relevante, haja vista a importância de fazer mais pelo outro para a construção de um mundo melhor. Reflita sobre a forma como você tem ajudado ou não seus amigos e familiares a resolver questões pertinentes à sua vida pessoal e profissional. Declarar, ainda que seja sincero, o entendimento do sofrimento alheio não significa necessariamente contribuir para o bem-estar daqueles que te cercam.
Se você tem o desejo de ajudar e o transforma em ações práticas para melhorar a vida dessas pessoas, tem sido empático-compassivo. Minha sugestão é levar esse comportamento um nível acima, estabelecendo como meta ajudar colegas de trabalho e outras pessoas com as quais você não tenha exatamente intimidade. Aprender a agir em prol daqueles que não conhecemos é construir uma base feita de tijolos de empatia.
Dicas para se tornar mais empático-compassivo
Para aqueles que concluíram que não têm a empatia compassiva tão bem desenvolvida, recomendo começar a adotar algumas posturas em seu dia a dia. Entenda melhor lendo as explicações que apresento abaixo.
Olhe para as pessoas à sua volta
Quando digo para olhar aqueles que te cercam, estou sugerindo que observe com o máximo de atenção para encontrar as principais características de cada um e entender quais são as suas necessidades mais profundas. Será que você já tinha reparado em como seu vizinho de mesa no escritório tem dificuldades com o uso da copiadora? Essa observação permitirá entender quem são as pessoas com mais problemas potenciais a serem resolvidos.
Pense em formas de ajudar
Entendendo que algumas pessoas têm certas dificuldades ou parecem estar infelizes com alguma situação, pense em maneiras de ajudá-las a resolver. Ter um plano de ação para contribuir para a resolução de problemas é essencial para ser um empático-compassivo bem sucedido em sua tarefa. Incentive o seu desejo de ajudar por ajudar, afinal, pessoas com empatia compassiva o fazem simplesmente por fazer.
Coloque o plano em ação
Após ter identificado o problema e ter pensado em uma maneira de ajudar, coloque seu esforço em ação, garantindo que ele renda frutos para quem precisava desse auxílio. Lembrando que as melhores respostas são aquelas dadas a problemas que são compreendidos em sua essência, investigue mais profundamente quais são as suas bases e origens para oferecer soluções mais completas.
Gostou de saber mais sobre empatia compassiva? Acha que possui essa qualidade ou sente que ainda precisa desenvolvê-la? Conte-me nos comentários abaixo!
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