Empatia e reciprocidade são duas palavras que caminham lado a lado. No entanto, elas não são sinônimas. A empatia diz respeito à capacidade de se colocar no lugar do outro, de maneira a compreender como ele se sente. Trata-se de uma ação com grande poder transformador porque confere ao indivíduo diferentes visões de mundo.
Por sua vez, a reciprocidade refere-se ao que é mútuo, ou seja, ao que é dado e recebido. Agir reciprocamente com aqueles que nos fazem bem é importante, pois nos ajuda a consolidar relações positivas. Quanto às pessoas que agem de forma negativa conosco pode não ser interessante à reciprocidade para não comprometer nossa própria paz de espírito.
No artigo a seguir iremos nos aprofundar um pouco mais sobre os dois conceitos e a diferença entre eles. Lembre-se de que a empatia é crucial para ter uma visão mais ampla e bem articulada da vida, assim como a reciprocidade nos permite pavimentar nossos caminhos com coisas boas.
O que é reciprocidade?
A palavra reciprocidade é um substantivo feminino cujo significado é mutualidade. Refere-se ao que é recíproco, ou seja, a ação de devolver o mesmo que foi recebido. A reciprocidade consiste em uma condição essencial para a qualidade das relações interpessoais.
No contexto da psicologia social, se configura em agir com o outro no mesmo registro que ele agiu com você. Então, se alguém age de forma positiva, a resposta é positiva. Por outro lado, se a pessoa em questão agiu negativamente, então a resposta será negativa.
É importante pontuar que as ações positivas recíprocas não são consideradas altruístas, uma vez que são resultado de uma primeira ação positiva do outro. As ações recíprocas são fundamentais para a manutenção de regras sociais.
Por exemplo, se um indivíduo dentro de um grupo age de forma hostil com outro, sem uma primeira ação hostil deste pode surgir o desejo de impor sanções ao primeiro. Essas sanções podem implicar na exclusão daquele que agiu negativamente sem motivo.
A reciprocidade na prática
Resumidamente, a reciprocidade consiste na troca de uma coisa por outra coisa idêntica. Sendo assim, é aquilo que apresenta correspondência, que se baseia na cooperação entre duas partes.
Amizades não existem se não houver reciprocidade. O mesmo acontece em relacionamentos amorosos, quando não é recíproco pode haver grande sofrimento e desencontro.
Por que não praticar a reciprocidade negativa?
Ser recíproco significa dar ao outro aquilo que se recebeu dele. Se alguém te dá sorrisos você devolve sorrisos, mas se essa pessoa for hostil você devolve hostilidade.
Contudo, não é indicado agir com reciprocidade negativa, pois isso pode comprometer a sua qualidade de vida. O ideal é que, se uma pessoa te entregar coisas ruins, você não deve dar resposta alguma.
Evite essa pessoa em sua vida, não fale sobre ela e não conviva se for possível. Quando você dá respostas recíprocas para quem te faz mal acaba potencializando a negatividade vinda dela.
Com o passar do tempo, você vai acumulando tanto o que a outra parte te dá quanto o que você devolve para ela. Em resumo, evite a reciprocidade negativa, opte por simplesmente ignorar as coisas ruins que te dão.
O que é empatia?
Empatia nada mais é do que a capacidade de se colocar no lugar do outro. Esse movimento permite ao indivíduo empático compreender como o outro se sente. Quando se coloca na posição de outra pessoa é possível ver com mais clareza os obstáculos diante dela.
O empático não precisa concordar com a posição da outra pessoa, apenas compreender. Diz respeito a conseguir se sentir como o outro lendo com clareza até as suas mínimas incertezas. A empatia se baseia em três componentes: afetivo, cognitivo e regulares de emoção.
Componente afetivo
Esse componente tem como base a compreensão dos estados emocionais dos outros. Trata-se de conseguir compartilhar os sentimentos do outro.
Componente cognitivo
É o componente que permite deliberar a respeito dos estados emocionais das outras pessoas. É a capacidade de entender como o outro se sente diante de um determinado cenário.
Componente de regulação das emoções
Essa regulação diz respeito a regular as respostas empáticas.
Então, ser empático significa compreender os estados emocionais alheios, conseguir deliberar a respeito e oferecer respostas empáticas. Como já mencionamos, não necessariamente o indivíduo empático concorda com o ponto de vista do outro, mas o compreende e respeita.
Mesmo não desejando o mesmo que o outro, o indivíduo empático está pronto para agir de forma positiva. Não é necessário criar um embate com a outra parte, uma vez que existe o entendimento do seu posicionamento. A empatia é a base do respeito especialmente em contextos em que as partes tem objetivos opostos.
Mas, qual é a diferença entre empatia e reciprocidade?
Há alguns pontos diferenciais entre empatia e reciprocidade. O primeiro deles é que a empatia não precisa de nenhum estímulo, isto é, não é necessário que o outro aja dessa ou daquela forma para sermos empáticos.
A pessoa que é empática o será independentemente da forma como a outra parte agir. Já a reciprocidade é uma resposta de acordo com o estímulo dado pela outra parte. Se uma pessoa é simpática conosco, a tendência é sermos simpáticas com ela de volta.
O segundo ponto que diferencia a empatia da reciprocidade é a compreensão do outro. A empatia se baseia no entendimento do outro, em entender o seu ponto de vista e respeitar a sua visão de mundo. Por sua vez, a reciprocidade significa agir em reflexo ao que recebemos do outro sem necessariamente precisar compreender aquilo que nos está sendo dado.
Em suma, as diferenças centrais entre empatia e reciprocidade são a motivação e o nível de compreensão do outro que cada uma oferece. Ser empático não demanda receber nada de antemão, apenas colocar em prática uma característica interna.
Para ser recíproco, no entanto, é preciso receber uma primeira ação do outro. Além disso, a empatia precisa da compreensão da outra pessoa enquanto a reciprocidade é uma resposta quase automática.
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