Muitos empreendedores veem como a melhor solução para começar a atuar no mercado, abrir um negócio em sociedade. Muitos, na vontade de começar a lucrar, não levam em consideração que nem toda a sociedade perdura e por conta disso, não formulam cláusulas nos contratos sociais com regras devidamente esclarecidas quanto a saída de um sócio. Acredite, fazer esse movimento ainda no início do negócio, evita muita dor de cabeça.
A realização de um contrato social é fundamental para o sucesso do negócio, pois dentre suas finalidades, uma delas é deixar claro as condições a serem levadas em consideração caso um dos profissionais não queira mais ser sócio da empresa. Colocar uma cláusula com tal especificação no contrato social é importante pois através dela, todo o procedimento ocorre em um menor prazo e com menos problemas, conflitos e prejuízos.
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Ao começar uma sociedade
O primeiro passo é que os sócios se conheçam. Isso não quer dizer que eles precisam ser amigos, mas sim, que a sociedade não pode ser norteada apenas pela vontade de se alcançar o lucro. Nesse sentido, é preciso que os sócios conheçam o perfil e histórico de cada um.
Com essas informações em mãos, é preciso também, definir qual será o papel de cada sócio dentro da organização, bem como suas responsabilidades e obrigações legais. Isso garante que as expectativas de todos sejam alinhadas.
Toda e qualquer sociedade deve começar com base na seguinte premissa: os sócios que a compõem podem, em algum momento, pensar e agir de maneira diferente, nesse sentido, a relação dos mesmos precisa ser de respeito e todos devem aceitar críticas e sugestões construtivas e feedbacks relacionados ao desenvolvimento da organização e melhorias no ambiente de trabalho.
Ao tomar decisões difíceis e sérias, os sócios precisam agir em comum acordo, deixando de lado preferências pessoais e focando no que for bom e garanta o sucesso do negócio.
A saída de um sócio é um dos pontos mais críticos na trajetória de uma empresa. De qualquer forma, uma sociedade só pode ser desfeita embasada em motivos honestos e devidamente explicados, para que não haja duplas interpretações e ressentimentos.
Para evitar desgastes futuros, ao começar um negócio, é muito importante que o contrato social seja bem redigido e contenha uma cláusula capaz de beneficiar a organização, mesmo em tempos conturbados como no rompimento de uma sociedade. Ou seja, todo o processo vai depender do que foi acordado no contrato social. É ele o norte para que os sócios saibam como tudo deve ser feito, como ficam os investimentos, quais leis serão colocadas em prática, etc.
Como agir caso haja desentendimentos
É muito importante que os sócios tenham em mente que a separação deve ser realizada sem grandes conflitos, pois caso eles ocorram, as chances disso afetar diretamente na imagem da empresa, na desmotivação dos colaboradores e no afastamento dos clientes, são maiores. Além do mais, a dissolução de uma sociedade, quando turbulenta, faz com que o processo ocorra de forma lenta.
Porém, se de qualquer forma não houver acordo entre as partes, seja por conta da saída do sócio, valores a serem pagos, formas de pagamento, patrimônio a receber, entre outras questões, a solução é recorrer a uma ação judicial. Através dela, o juiz avalia o valor da empresa, a saída do sócio, quanto ela custará e em que termos ela se dará.
Vale lembrar: uma vez perante a justiça, o processo de dissolução de sociedade é lento e desgastante e pode afetar a credibilidade e crescimento da organização, contratação de novos profissionais, clima organizacional e realização de novos investimentos.
Como deixar de ser sócio de uma empresa
Para evitar desentendimentos e consequentemente, atraso na dissolução de uma sociedade, conheça algumas dicas:
Procurar auxílio profissional
Para sanar toda e qualquer dúvida de como deixar de ser sócio de uma empresa, o primeiro passo é procurar a orientação de um advogado e de um contador. Mesmo com o contrato social em mãos, tais profissionais possuem experiência e poderão agilizar todo o processo de forma segura.
Estabelecer um diálogo
A partir daí, nada como o velho e bom diálogo. Conversar a respeito da decisão com os sócios, bem como ouvir a opinião dos mesmos a respeito, deixa todos os pontos claros e a divisão de tarefas, patrimônio e outras negociações ficam mais fáceis a partir do diálogo. Se todos os envolvidos concordam com a decisão tomada, é feita uma alteração no contrato social com 60 dias de antecedência para que todas as medidas cabíveis sejam realizadas.
Apurar os valores
São discutidos os valores a serem pagos (se existirem) por parte do sócio que está saindo. Para tanto, é analisada a situação de todo o patrimônio da organização.
Formular contrato de cessão de quotas
Havendo consenso entre as partes, é elaborado um contrato de cessão de quotas. Através desse documento, são descritas as alterações, direitos e obrigações, tanto do profissional que quer deixar de ser sócio de uma empresa quanto do sócio que continua à frente do negócio.
Registrar os documentos
Todo esse processo de saída do sócio, mudança no contrato social, entre outras ações, precisa ser devidamente registrado para que ele seja validado. Se isso não é feito, o sócio retirante pode ser responsabilizado por algo ligado a sua pessoa jurídica e enfrentar multas e processos.
Comportamento do profissional que deseja deixar de ser sócio de uma empresa
Para evitar desentendimentos e lentidão no processo de dissolução da sociedade, o sócio pode adotar algumas ações. Conheça-as a seguir:
- Reler o contrato social antes de informar os sócios sobre a decisão, isso será o norte para as negociações;
- Antes da saída, é preciso resolver toda e qualquer pendência trabalhista;
- Não precipitar a saída e fazer uma etapa de cada vez;
- Não tomar atitudes e decisões por impulso, isso pode atrapalhar todo o processo;
- Separar assuntos de âmbito pessoal e profissional. A dissolução de uma sociedade deve ser vinculada apenas à responsabilidades da empresa;
- O processo deve ser embasado na transparência e honestidade (de todas as partes envolvidas).
Como deixar de ser sócio de uma empresa sem prejudica-la
Além de todas as dicas já mencionadas, para que a saída de um sócio não resulte em prejuízo para a empresa, é fundamental realizar mudanças na dinâmica dos colaboradores.
Isso é necessário pois em certas ocasiões, desfazer uma sociedade resulta também, na saída de um profissional. Portanto, para que os impactos dessa dissolução sejam minimizados, é preciso organizar os processos internos dentro da nova dinâmica, comunicar e esclarecer as dúvidas do quadro de colaboradores, extinguir boatos e achismos, reduzir os impactos financeiros e se houver necessidade, contratar um novo sócio.
Motivos que levam o profissional a deixar de ser sócio de uma empresa
Saiba alguns motivos que resultam na dissolução de uma sociedade:
- Divergência de opiniões;
- Conduta inadequada em frente aos colaboradores;
- Falta de alinhamento das expectativas;
- Morte do sócio;
- Resistência quanto a implementação de novas ideias e inovação;
- Falta de transparência nas atividades, opiniões e posicionamento;
- Dificuldade para lidar com as exigências do cargo e do mercado;
- Final do prazo determinado para a sociedade;
- Pouca dedicação;
- Objetivos e valores divergentes;
- Não aceitação de feedback;
- Problemas pessoais;
- Falta de inteligência emocional;
- Descumprimento de obrigações contratuais;
- Má gestão administrativa e financeira;
- Pouco comprometimento;
- Falência;
- Ausência de confiança e respeito.
Desfazer uma sociedade é um processo desgastante e que leva tempo, mas em determinadas situações ele é necessário para que a empresa se mantenha atuante no mercado. Se todas as medidas cabíveis foram implementadas e mesmo assim um dos sócios quiser sair, o pertinente é procurar ajuda especializada, seguir aquilo que foi estipulado no contrato social, ter uma conversa amigável com os outros sócios, comunicar ao restante da organização tal decisão e agir de forma que nenhuma das partes saia prejudicada e o andamento da empresa não fique comprometido.
E você, como agiria se quisesse deixar de ser sócio de uma empresa? Tem mais alguma dica para lidar com esse momento delicado? Comente e compartilhe o artigo nas redes sociais.
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