A comunicação não violenta, ou CNV, consistem em palavras e ações que contribuem para o nosso bem-estar e para o do outro. Ou seja, são comportamentos que não têm o objetivo de prejudicar ninguém. Para saber mais sobre esse assunto é só continuar lendo o artigo!
A origem da CNV
O termo comunicação não violenta, ou CNV, foi criado pelo psicólogo americano Marshall Bertram Rosenberg (1934-2015), que sofreu bullying durante a infância. Toda a vivência dele enquanto crescia em atmosferas violentas, fez com que ele refletisse desde cedo sobre o que pode estimular alguém a ser violento.
Ao se tornar adulto, Marshall transformou as suas indagações em estudos psicológicos profundos a respeito do comportamento humano violento em diversos contextos sociais. Em 1961, ele se tornou PHD em psicologia clínica pela Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos.
Sua importância foi tanta que ele participou ativamente de um dos momentos mais relevantes da história dos Estados Unidos, o movimento pelos direitos civis da população negra, no início dos anos 70.
O estudioso foi um dos orientadores educacionais em escolas e universidades que estavam em processo de transformação em relação à segregação racial. Isso significava que ele ensina os princípios das suas pesquisas, mostrando as principais técnicas da comunicação não violenta para instituições que buscavam ser mais empática com todas as pessoas, não importando qual é a cor de pele delas.
Mas ele não parou por aí! Suas pesquisas e trabalho prático com a comunicação não violenta ainda serviram como referência para ajudar na resolução de conflitos em mais de 65 países. Ele contribuiu, por exemplo, para mediar conflitos e criar programas de paz para regiões como a Sérvia (na Europa) e Ruanda (na África), que estavam devastadas por guerras.
Se você quiser se aprofundar nesse assunto, pode conferir o livro “Comunicação não violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais”, escrito pelo próprio Marshall Rosenberg. Nesse livro, você confere de forma prática, qual é a metodologia que o autor estruturou para transmitir a comunicação não violenta.
Engana-se quem pensa que o livro é útil somente para contextos de conflito social. A obra literária também é muito importante para os cenários corporativos, em que é preciso chegar a uma linguagem que atenda às necessidades de todos, isso inclui os colaboradores e até os proprietários.
Como aplicar a comunicação não violenta no ambiente corporativo
O primeiro passo para aplicar uma comunicação não violenta em ambiente profissional é ler o livro “Comunicação não violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais” do Marshall Rosenberg, que sugerimos acima.
O segundo passo é fazer uma pesquisa a respeito da prática da CNV em outras empresas. Na internet, busque por grupos de discussão do assunto no LinkedIn e por artigos em grandes portais de recursos humanos. Outra forma de pesquisa interessante é entrar em contato com outros profissionais que já têm experiência com esse tipo de ação ou buscar por empresas com cases de sucesso.
Esses são os principais passos de benchmarking para uma pesquisa que serve como base para a criação de processos maiores. Afinal, qualquer elaboração de pensamento precisa ter boas referências literárias e exemplos!
Com isso em mãos, é importante que os times de recursos humanos (RH), departamento pessoal (DP) e gestão estejam em sintonia em relação aos objetivos, planejamento e cronograma. Do contrário, o processo pode ter obstáculos ou entrar em fases não programadas.
Entre os principais resultados desse trabalho, você pode incluir um guia de comunicação não violenta para líderes e outro para liderados. Além disso, é essencial que essas mudanças também impactem os documentos de cultura organizacional e ainda seja transmitido por meio de comunicação interna.
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Quais são os principais benefícios da ativação do comportamento não violento em empresas
Os profissionais que forem impactados pela comunicação não violenta ficam mais preparados para fazer a escuta ativa do que o outro tem a dizer, respeitar a opinião e trazer algo complementar ou até oposto de forma pacífica.
Por exemplo, em um debate a respeito da criação de um novo produto, é comum que as pessoas discordem uma das outras. É nesse momento que a conversa pode se tornar difícil e até conter troca de insultos em algumas corporações. Em uma empresa em que há um trabalho contínuo de comunicação não violenta, o debate mantém o nível de respeito alto com o ponto de vista do outro. Afinal, a junção de profissionais em um mesmo ambiente deve se caracterizar como um espaço para troca de conhecimento e compartilhamento de ideias complementares.
Isso não quer dizer que as pessoas devem passar a concordar com tudo e não ter reação a nada. Longe de ser conformista, a CNV apenas lembra que não é preciso insultar, gritar ou até ter ações não pacíficas para alcançar objetivos. É preciso ter resiliência e empatia ao mostrar o que você pensa. Mais do que isso, o estudo mostra a relevância de ouvir o outro na essência.
Em um ambiente profissional, esse tipo de comportamento é essencial para aumentar o nível de qualidade da entrega dos projetos e ainda incentiva a criação e sustentação de relacionamentos interpessoais saudáveis dentro do ambiente corporativo.
Um modo de ajudar os profissionais a chegarem a esse grau de amadurecimento, é trazer os exercícios de autoconhecimento que o coaching proporciona. O método ajuda você a entender mais sobre si mesmo e como as suas atitudes podem trazer consequências benéficas ou negativas para você mesmo e para os outros. Mais do que algo pontual, o coaching ensina sobre a prática constante para continuar a se desenvolver todos os dias. Talvez se o colaborador entender melhor a si mesmo, também compreenda o que irrita tanto no outro.
Você já passou por um processo de implantação de comunicação não violenta no seu local de trabalho? Compartilhe a sua experiência nos comentários abaixo. E se você ainda não viveu isso, mas achou a ideia interessante, converse com o seu gestor ou o RH da sua empresa. Quem sabe eles não aderem a essa mudança de comportamento?
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