Saiba como funciona um departamento de compliance
De uns anos para cá muitas mudanças aconteceram no mercado e no comportamento do consumidor, de maneira geral, o que fez com que as empresas a se preocupassem ainda mais com suas ações e com a forma como são vistas. Elas passaram a adotar uma nova postura, levando cada vez mais em consideração leis, normas e regras, tanto internas quanto externas, pois sabiam que isso, além de ser uma obrigação, também contribuiria para a construção de uma boa reputação.
Esta mudança de postura se deu basicamente em decorrência de fatos como a globalização, que mostrou a necessidade das empresas atuarem, respeitando as regras e normas de cada país com quem fazem negócios, além de seus próprios países, e também, como dissemos acima, de uma transformação no comportamento do consumidor, que hoje está muito mais consciente e tem preferido marcas com boa reputação, que adotem práticas positivas em suas ações no dia a dia.
E foi com esta finalidade que surgiu o compliance, ou seja, com o objetivo de garantir que as organizações sejam cada vez mais éticas e respeitem a lei, para que assim, não só elas, mas também o mercado como um todo se beneficie.
Convidamos você a nos acompanhar na leitura deste texto, para entender melhor o que é o compliance e de que maneira ele atua dentro de uma empresa.
O que é Compliance?
Compliance é um termo usado na língua inglesa, proveniente do verbo “to comply“, que significa “conformidade” ou “cumprir com uma regra”. O departamento de compliance normalmente atua de forma interna, se preocupando com o que acontece dentro da organização, como se fosse uma espécie de política interna.
O crescimento e desenvolvimento de um negócio são fatores que estão diretamente ligados ao papel que o líder e o gestor empregam dentro da organização. As empresas optam e adotam o departamento de compliance como uma forma de fazer com que as regras sejam cumpridas. Mas não só as regras internas, como também as normas e as leis externas, que dizem respeito à atuação das organizações na sociedade.
O compliance, portanto, é um setor que procura estabelecer a conformidade dos aspectos internos e externos da empresa. É justamente por meio do cumprimento dessas normas e regulamentos que a organização mantém suas informações seguras e a estrutura do negócio em funcionamento.
Como o compliance funciona dentro das empresas?
Conforme observamos, os objetivos do compliance dentro das empresas é fazer com que estas atuem de forma a respeitar as normas, cumprindo com rigor as leis, os regulamentos internos e externos, adotando uma postura ética, principalmente no que diz respeito aos seus concorrentes, bem como demonstrando preocupação e zelo com a saúde e bem-estar dos colaboradores que dela fazem parte.
Para alcançar tais objetivos é necessário que o departamento de compliance coloque algumas ações em prática. Veja quais são elas, a seguir:
Implementar um programa de compliance
O trabalho principal deste departamento é criar e implementar um programa de compliance, que basicamente vai se dedicar à organização interna da empresa, para que ela esteja dentro de todos os requisitos, que a coloquem em conformidade com a legislação e com as regulamentações que citamos acima.
Para isso, os profissionais desta área vão elaborar mecanismos e procedimentos internos, incluindo nestes a criação de norma e de uma auditoria e fiscalização eficientes, que incentivem denúncias de possíveis irregularidades, entre outros processos. Além disso, o departamento também precisará criar e aplicar um código de conduta dentro da organização e trabalhar na divulgação de campanhas, que comuniquem aos colaboradores e gestores sobre todos estes tópicos, que precisam ser seguidos no dia a dia.
Realizar ações de prevenção
Por mais que a empresa não conte com um histórico de irregularidades ou condutas inadequadas por parte de seus gestores e colaboradores, o trabalho do departamento de compliance vem justamente para realizar ações preventivas, evitando que tais comportamentos venham a acontecer em algum momento.
Ao fazer isso, ou seja, ao contar com profissionais internos atuando nesta área, diminui-se consideravelmente as chances de que problemas aconteçam e de que haja a necessidade de remediá-los no futuro.
Inibir condutas inadequadas
Outra ação que faz parte do trabalho do departamento de compliance é o de inibir qualquer possibilidade de condutas inadequadas por parte daqueles que compõem a empresa, estejam estes dentro ou fora do ambiente empresarial da organização.
Tais ações são implementadas, pois levam em consideração o fato da empresa ser composta por pessoas, o que, por si só, já exige a elaboração e divulgação de regulamentos, normas e regras claras, capazes, tanto de orientar as atitudes e comportamentos destas, quanto de inibir que condutas tidas como indesejadas e prejudiciais venham de fato a acontecer.
A partir do momento que a organização investe em um programa de compliance ela já está investindo em passar uma mensagem clara a todos de que não tolera ou não tolerará qualquer ação que esteja fora de suas regras e condutas, algo que acaba por realmente evitar e inibir possíveis irregularidades.
Evitar crises
Como dissemos acima, o funcionamento das empresas ocorre, em certa medida, a partir da ação de um grupo de pessoas, que mesmo tendo um código de conduta a ser seguido, pode acabar cometendo deslizes na execução das atividades no dia a dia.
Caso estes realmente se configurem, o departamento de compliance também surge, para adotar medidas que contornem a situação, da melhor maneira possível, e, com isso, evite que esta se transforme em uma grande crise, para a empresa e seus colaboradores no futuro.
Por que investir no departamento de compliance?
Para que o departamento de compliance seja efetivo, são necessários vários funcionários, capazes de realizar as análises de riscos, o controle interno da empresa e também o das auditorias externas e internas.
Ser participativo é a principal característica do profissional compliance, que deve passar ar de segurança aos demais colaboradores, como se ele estivesse ali para ser um consultor e não um “chefe carrasco”.
Veja alguns benefícios que a empresa passa a ter quando aposta no compliance como uma boa forma de atingir a excelência nos negócios:
- Aumento significativo na vantagem competitiva;
- Desconto em linhas de crédito;
- Valorização da organização;
- Melhor retorno dos investimentos e outros.
Com base nos benefícios citados acima, nota-se que as empresas que mais precisam do departamento de compliance, são as que possuem uma enorme responsabilidade jurídica, pois a garantia de conformidade em seus atos deve ser precisa e eficaz.
É importante lembrar que o compliance não deve ser implementado em uma empresa com a finalidade de agregar valor à suas ações de marketing, já que uma coisa não deve ter ligação com a outra.
O que queremos dizer é que a partir do momento que uma organização resolve investir na implementação deste departamento, ela não deve fazê-lo para fins de publicidade, mas sim para demonstrar que age com total transparência, tanto interna quanto externamente. Ou seja, a sua intenção deve ser a de deixar claro que realmente não tem absolutamente nada a esconder.
Caso obtenha reconhecimento no mercado em decorrência disso, este deve vir como uma consequência, e não como principal objetivo a ser alcançado.
Você conhece alguma empresa que possui o departamento de compliance implantando em seu regime de gestão? Conte-nos nos comentários como é o dia a dia dessa empresa e suas experiências. E se você gostou do conteúdo, compartilhe-o em suas redes sociais, com seus amigos, para que eles entendam também como funciona um departamento de compliance.
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Imagem: create jobs 51 / Shutterstock
Sobre o autor: José Roberto Marques é referência em Desenvolvimento Humano. Dedicou mais de 30 anos a fim de um propósito, o de fazer com que o ser humano seja capaz de atingir o seu Potencial Infinito! Para isso ele fundou o IBC, Instituto que é reconhecido internacionalmente. Professor convidado pela Universidade de Ohio e Palestrante da Brazil Conference, na Universidade de Harvard, JRM é responsável pela formação de mais de 50 mil Coaches através do PSC - Professional And Self Coaching, cujo os métodos são comprovados cientificamente através de estudo publicado pela UERJ . Além disso, é autor de mais de 50 livros publicados.
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