Sentimentos tóxicos: será que eles existem mesmo?

Sentimentos tóxicos existem?

 

A ideia de “sentimentos tóxicos” pode parecer controversa, afinal de contas, os sentimentos, por si só, não são intrinsecamente bons ou maus. Eles são respostas naturais a experiências e estímulos externos ou internos. No entanto, o conceito de sentimentos tóxicos está mais relacionado à maneira como esses sentimentos são vividos, expressos ou perpetuados por cada indivíduo, especialmente quando causam impactos negativos na saúde mental, nos relacionamentos ou na qualidade de vida.

Portanto, permanece a dúvida: será que os sentimentos tóxicos de fato existem? Como podemos lidar com eles? É o que você vai conferir no artigo a seguir. Continue a leitura e saiba mais!

O que são sentimentos? Por que eles existem?

Os sentimentos são respostas emocionais internas que surgem como resultado da interpretação de experiências, pensamentos e estímulos externos. Eles refletem o nosso estado emocional diante dos fatos da vida e nos ajudam a dar sentido ao que vivemos, conectando-nos ao mundo e às pessoas ao nosso redor.

Dessa forma, os sentimentos são subjetivos, pois variam de pessoa para pessoa e estão diretamente ligados a processos biológicos, psicológicos e sociais. Cada pessoa sente de maneira única, baseada nas suas vivências, cultura e personalidade.

É injusto que consideremos que apenas o pensamento racional tem valor e que os sentimentos são os “vilões” da vida. Eles têm funções muito importantes, ainda que nem todos sejam agradáveis de sentir. Eles nos ajudam a expressar necessidades e desejos, guiam as nossas escolhas (especialmente nas situações mais complexas) e nos ajudam a evitar ou buscar experiências semelhantes no futuro.

Sentimentos tóxicos existem mesmo?

Sentimentos como raiva, inveja, culpa ou ressentimento — quando intensos, prolongados ou mal gerenciados — podem ser percebidos como “tóxicos”. Isso ocorre porque eles podem levar a padrões de pensamento negativos e influenciar comportamentos que prejudicam tanto o indivíduo quanto os que estão ao seu redor.

Por exemplo:

  • Raiva persistente: pode se transformar em agressividade ou ressentimento crônico.
  • Inveja: pode corroer a autoestima e dificultar a celebração das conquistas alheias.
  • Culpa: em excesso ou sem propósito construtivo, pode levar à paralisação emocional.

Dessa forma, o problema não está nos sentimentos em si, mas em como são administrados. Sentir raiva ou tristeza, por exemplo, é natural e saudável em determinadas situações. O que define se esses sentimentos se tornam “tóxicos” são os critérios a seguir:

  • Intensidade e frequência: quando ocupam grande parte da sua vida emocional.
  • Impacto no comportamento: quando levam a ações ou reações prejudiciais.
  • Falta de processamento: quando são ignorados ou reprimidos, em vez de expressos de maneira saudável.

Como lidar com eles?

Sentimentos tóxicos não existem, o que existem são sentimentos que podem ser vividos de forma tóxica dependendo dos critérios acima, que variam de acordo com a experiência de cada indivíduo. Portanto, devemos tomar alguns cuidados para que os nossos sentimentos, mesmo os desagradáveis de sentir, não sejam percebidos como fatores tóxicos da vida.

 

  • Reconheça os sentimentos

 

Aceitar que os sentimentos existem é o primeiro passo para trabalhar com eles de forma saudável. Entenda que eles fazem parte da vida e nos ajudam a compreender os fatos, o que nos leva tomar decisões mais sábias no futuro — buscando momentos agradáveis e evitando, na medida do possível, o que desperta esses sentimentos desagradáveis, como o medo, a raiva, a tristeza e a culpa. No entanto, compreenda que todos eles têm funções importantes na manutenção e na condução da vida.

 

  • Identifique os gatilhos

 

Descubra o que desencadeia esses sentimentos que você considera “tóxicos” e avalie se há maneiras de reduzir a sua influência. Quando eles surgem? Por que ocorrem? Em quais lugares? Com quais companhias? Em quais atividades? Muitas vezes, os chamados sentimentos tóxicos aparecem diante de uma vida inautêntica, ou seja, quando temos comportamentos contrários a quem somos e aos valores que defendemos. É importante ter essa compreensão e avaliar os contextos emocionais.

 

  • Procure suporte

 

Conversar com um amigo, terapeuta ou coach pode ajudar a processar emoções difíceis. Quando estamos imersos em um sentimento, fica difícil analisá-lo sob uma ótica mais racional, de modo que esse olhar “de fora” é extremamente útil nesse sentido. Essas pessoas de confiança podem nos ajudar a identificar se os sentimentos em questão estão aparecendo de forma excessivamente intensa e frequente, gerando comportamentos disfuncionais e desproporcionais à realidade. Busque ajuda!

 

  • Pratique a autorregulação emocional

 

Por fim, lembre-se de que, além da ajuda especializada, também há muitas coisas que você pode fazer por si mesmo, em nome da sua saúde mental. Técnicas como mindfulness, exercícios de respiração e meditação podem ajudar a gerenciar reações emocionais intensas. Além disso, uma alimentação equilibrada, a prática regular de atividades físicas e os cuidados com o sono ajudam a manter a saúde mental em dia, o que contribui para uma melhor relação com os seus próprios sentimentos.

Concluindo, por mais que os “sentimentos tóxicos” não sejam um termo técnico da psicologia, a ideia remete à importância de cuidar da saúde emocional. O objetivo não é eliminar os sentimentos “negativos”, pois eles também têm uma função de existir, mas aprender a compreendê-los e gerenciá-los de forma que contribuam para o crescimento e o bem-estar pessoal. 

Compreender os sentimentos é crucial para o autoconhecimento e para desenvolver a inteligência emocional, permitindo administrá-los e usá-los para um bem maior nas nossas vidas.

E você, ser de luz, continua acreditando que todo sentimento desagradável é tóxico? Como podemos mudar essa mentalidade e desenvolver com esses sentimentos mais complexos uma relação mais saudável? Use o espaço a seguir para nos contar a sua opinião. Por fim, se este conteúdo o ajudou de alguma maneira, que tal levá-lo a todos os seus amigos, colegas e familiares? Compartilhe este artigo por meio das suas redes sociais!

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