Muitas pessoas acreditam que a felicidade está diretamente ligada às questões financeiras. É verdade que o dinheiro pode gerar estabilidade, oferecer segurança, comprar bens de consumo e experiências, e esses sim podem trazem momentos de prazer. Porém, é importante ter em mente que ser feliz é um estado de espírito, não uma constante.
Mas, então, dinheiro traz ou não felicidade? De acordo com o dicionário, felicidade pode ser definida como:
- Estado de quem é feliz;
- Ventura (fortuna, sorte);
- Bem-estar, contentamento;
- Bom resultado, bom êxito;
É natural do ser humano a busca incessante por essa palavra chamada “felicidade”. Alguns apenas esquecem que é algo impalpável ou adquirível. Muitos nem sabem responder se são ou não felizes.
Uma das crenças mais empregadas e ouvidas atualmente é que felicidade é ter dinheiro ou sucesso. Será que essa premissa está correta? Continue lendo para acompanhar essa reflexão a respeito desse tema tão recorrente na vida moderna.
A busca pela felicidade
Estudos realizados pela Universidade da Columbia Britânica em Vancouver, no Canadá, em conjunto com a Escola de Negócios de Harvard, em Boston, nos Estados Unidos, relatam que o dinheiro pode até não comprar o amor, mas ajuda sim a comprar a felicidade.
Existe uma condicionante para este fato, é preciso que você gaste esse dinheiro com outras pessoas. As pesquisas apontam que pessoas que gastam seu dinheiro com presentes para outros e fazem doações frequentes são mais felizes que os demais. Entre todos os entrevistados, os que gastavam com os outros se avaliavam mais felizes do que os que gastavam com si mesmos.
Além disso, um segundo estudo publicado no ano de 2012, realizado por pesquisadores britânicos revela a hipótese de que pessoas mais felizes e positivas tendem a atrair mais dinheiro do que as outras. Ou seja, estar mais feliz, ajudando o próximo, muito provavelmente irá atrair mais riquezas para você.
Gaste seu dinheiro
Uma teoria recente sobre como o dinheiro pode trazer felicidade diz que para alcançá-la é preciso gastá-lo, sem, claro, ficar no vermelho. Quem gasta com experiências é mais feliz do que aqueles que gastam com coisas. Essa foi uma conclusão que a Universidade de São Francisco teve após pesquisa realizada pelo psicólogo Ryan Howell.
Em se tratando de qual tipo de gasto deve-se ter, é onde algumas pessoas têm maior dificuldade de saber o que escolher, já que é difícil valorar as experiências, como viagens ou a prática de esportes radicais, e acabam por tomar a decisão errada: compram objetos. O que acaba trazendo menos felicidade.
Para entender melhor, gastar uma boa quantidade de dinheiro em roupas, por exemplo, é muito menos prazeroso do que gastar essa mesma quantidade com uma viagem classificada como de primeira linha. Mas, grande parte da população tem dificuldade de mensurar o que se ganha com uma viagem e acaba por encher o guarda-roupas, pois acredita que essa opção é mais palpável e de mais valor – afirma a pesquisa.
Talvez isso explique algumas compras sem sentido que ficam se avolumando em muitos cômodos por aí. E também porque o mercado de luxo se engaja tanto com esportes e outras atividades “de experiência”. Compreender que viver uma experiência nova é mais interessante para a construção da felicidade do que comprar objetos, ainda é algo difícil em uma sociedade baseada no consumismo.
Dinheiro traz tranquilidade, logo…
De acordo com um estudo desenvolvido na Universidade de Harvard, o dinheiro traz a felicidade porque torna a vida das pessoas mais fácil. Quando se tem dinheiro, é mais fácil driblar uma série de aborrecimentos e problemas, certo?
O estudo conduzido pelo professor Jon Jachimowicz, concluiu que ter dinheiro ajuda as pessoas a se tornarem mais calmas e controladas. Em suma, ele permite que as pessoas estejam em um contexto menos estressante, então, elas têm mais oportunidade de serem felizes.
Porém, o professor ressalta que isso não significa que é emocionalmente saudável focar somente na felicidade que o dinheiro pode trazer. Ao fazer isso, acabamos perdendo outros fatores que também são essenciais para nos sentirmos felizes. Para o especialista, é válido que a pessoa reflita a respeito das preocupações que o dinheiro pode eliminar de sua vida.
É mais ou menos como aquele trecho da canção “Amor pra Recomeçar” do Frejat, em que ele diz:
“Eu desejo que você ganhe dinheiro
Pois, é preciso viver também
E que você diga a ele, pelo menos uma vez
Quem é mesmo o dono de quem.”
Para que o dinheiro ajude a construir a felicidade, é fundamental ser empregado a nosso favor, sem que para isso nos tornemos seus servidores. A ideia é cercar-se da segurança que os recursos financeiros podem proporcionar, mas sem deixar que os motivos de preocupação cresçam progressivamente.
Vida financeira equilibrada: a base para ser mais feliz
Ter problemas financeiros pode se tornar algo bastante aflitivo, especialmente quando não se tem o vislumbre de resolver essas questões. Muitas pessoas perdem o sono e a saúde (física e mental) devido ao fato de terem dívidas ou porque não conseguem sustentar suas famílias. Desse ponto de vista, se torna ainda mais evidente o papel que o dinheiro tem no desenvolvimento da felicidade, não é mesmo?
Sendo assim, é bastante importante que as pessoas que estão em busca da felicidade compreendam que essa sensação passa também pelo controle e gestão das finanças. Basicamente, é importante que as pessoas que desejam alcançar a felicidade também nesse âmbito aprendam a gerir seu dinheiro. Obviamente, essa gestão depende da pessoa ter uma fonte de renda.
A partir do momento em que há uma fonte de rendimentos, é possível fazer um planejamento financeiro para tornar a sua vida mais segura. Lembra que o estudo de Harvard citou a calma e controle que o dinheiro pode proporcionar? A ideia é exatamente essa, estabelecer uma vida mais tranquila a partir do bom emprego dos recursos financeiros.
Dicas práticas para administrar seu dinheiro
Para que seu dinheiro contribua para a sua felicidade, é importante adotar algumas medidas práticas:
– Coloque na ponta do lápis os seus gastos fixos mensais;
– Anote exatamente quanto você ganha;
– Estabeleça um planejamento em que gaste menos do que ganha. Caso tenha dívidas, priorize quitá-las antes de partir para outras prioridades;
– Poupe dinheiro para seu futuro, pode ser através de poupança ou investimentos. É interessante diversificar os tipos de investimento para que seu dinheiro ofereça maior segurança para o futuro;
– Saiba analisar quais gastos consigo mesmo são válidos e quais devem ser evitados por serem supérfluos. Ter essa percepção é relevante para não se tornar a pessoa que nunca compra nada para si mesmo e nem a pessoa que gasta compulsivamente, levando a um rombo financeiro.
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