O universo corporativo passou por uma série de transformações significativas nos últimos tempos. Entre os conceitos que estão ganhando mais espaço nesse contexto estão a automatização, Big Data, inovações e profissionais multitarefas. Tais estratégias têm como foco aproveitar as ferramentas tecnológicas como um impulsionador da produtividade.
Uma das estratégias que vem sendo bastante adotada para conquistar mais engajamento dos colaboradores é o Job Crafting. No artigo a seguir iremos explicar em detalhes do que se trata esse conceito e como implementá-lo para motivar seus colaboradores. Vale a pena prosseguir na leitura.
Afinal, o que é Job Crafting?
Job Crafting consiste na postura do profissional que transforma o seu trabalho para que ele se alinhe mais com os seus propósitos e valores. Dessa forma, ele consegue dar novos sentidos para as suas funções.
Através dessa prática é possível que o colaborador se sinta com mais controle sobre as suas atividades e desenvolva uma ligação afetiva com a empresa. Ter esse tipo de conexão potencializa o engajamento do colaborador e leva a conquista de resultados mais positivos.
Com essa estratégia não se torna necessário mudar o colaborador de função para que ele se sinta mais produtivo e motivado. A ideia central é estimulá-lo para que altere a sua percepção e, assim, “personalize” determinados aspectos do seu trabalho.
Quando existe identificação do profissional com suas atividades, ele deixa de entender o trabalho apenas como uma obrigação. O Job Crafting altera a visão de que o trabalho é algo que se faz meramente por dinheiro.
Como surgiu o conceito de Job Crafting?
Esse termo foi criado a partir do estudo realizado por Jane Dutton e Amy Wrzesniewski. As pesquisadoras tinham como foco analisar as profissões que eram vistas como desvalorizadas. Ao longo dessa pesquisa elas identificaram que alguns profissionais transformavam as suas funções para dar mais sentido a elas.
Quais são os benefícios do Job Crafting?
Ter uma postura proativa e positiva em relação ao próprio trabalho é algo que oferece uma série de vantagens para as empresas. Trabalhar em algo que tem um significado faz com que o profissional não se sinta limitado por suas funções e se coloque em movimento para crescer com a companhia.
Confira a seguir alguns dos principais benefícios da estratégia de Job Crafting.
1. Produtividade
O colaborador que agrega um significado para as suas atividades profissionais se sente mais motivado a produzir. Um dos reflexos naturais dessa postura é o aumento da produtividade. Vale dizer que esse aumento não se dá somente em termos de quantidade, mas também de qualidade.
Ter um compromisso pessoal com o trabalho é fundamental para que o indivíduo se sinta mais motivado a realizar todas as atividades. Inclusive, é natural que se observe uma mudança de postura com o aumento da proatividade. O próprio colaborador pensa em formas de fazer mais tarefas significativas.
2. Reforço do sentimento de equipe
Ao enxergar o seu esforço como algo significativo e relevante, o colaborador compreende que faz parte de algo maior. Nasce um sentimento mais profundo de pertencimento e de equipe. O comprometimento com as tarefas individuais e coletivas é decisivo para que a companhia alcance o sucesso em seus projetos.
Os profissionais conseguem trabalhar uma ideia mais focada nos resultados coletivos, evitando que se criem subgrupos ou o sentimento de individualismo. Construir um vínculo forte entre os membros da equipe é o segredo para fazer mais com mais qualidade.
3. Ambiente organizacional positivo
A satisfação com as próprias atividades e uma relação harmônica com os colegas contribui para que o ambiente organizacional se torne mais positivo. Empresas que apresentam ritmo de crescimento geralmente são aquelas que possuem um ambiente organizacional saudável.
Os colaboradores conseguem focar em suas tarefas por não estarem voltados para discordâncias e picuinhas. A construção de um ambiente positivo faz com que os colaboradores não se sintam tristes em ir ao trabalho. Tem algo mais frustrante do que se sentir desmotivado no momento de bater o cartão na entrada da empresa?
4. Redução do turnover
A taxa de turnover (rotatividade) é mais alta quando os colaboradores não estão satisfeitos com as suas atividades. Contudo, nem sempre o problema está propriamente nas atividades do cargo. Pode ser que falte simplesmente que esse profissional adeque a sua forma de trabalhar para algo que converse mais com seus valores e desejos.
Encontrar no trabalho uma atividade gratificante permite ter mais desejo de permanecer. Logo, a estratégia de Job Crafting é uma grande aliada do setor de Recursos Humanos quando o assunto em pauta é reter talentos e diminuir a rotatividade.
5. Aumento da competitividade
Para uma empresa ser competitiva em um mercado repleto de bons concorrentes é fundamental ter um capital humano forte e valorizado. Os profissionais são a alma do seu empreendimento e são eles que ajudarão a elevar o nível dos projetos corporativos. Então, é crucial que eles estejam verdadeiramente engajados, mais do que um bom salário (que também é essencial) é necessário focar na construção de significado.
Há cada vez mais a ideia de que é fundamental ter uma razão pela qual trabalhar dia após dia. Os profissionais que compõem a sua equipe devem ter um compromisso verdadeiro com aquilo que estão fazendo para se satisfazerem verdadeiramente com seu trabalho.
Como a empresa pode estimular o Job Crafting?
As companhias têm um papel determinante para o estímulo do Job Crafting entre os seus colaboradores. O primeiro ponto é entender que em uma empresa nenhum colaborador está isolado. Dessa forma, as atitudes da companhia devem estar alinhadas com as práticas de cada funcionário. O trabalho somente fluirá como deve se houver esse encontro de atitudes e posturas.
Além disso, o Job Crafting está baseado em três importantes pilares:
1. Task Crafting
Esse pilar diz respeito à transformação das atividades diárias. Tem relação com o volume de tarefas, escopo e forma como as atividades são realizadas. O segredo está em saber diferenciar o que é necessário e o que precisa ser redefinido. O colaborador pode, por exemplo, assumir novas atividades que sejam do seu interesse.
2. Relation Crafting
Esse é o pilar voltado para transformar as relações entre os colaboradores. Um programa de mentoria pode contribuir, por exemplo, para criar uma conexão entre diferentes gerações.
3. Cognitive Crafting
Consiste na transformação da percepção e significado dado pelo colaborador ao seu trabalho. Os profissionais devem se atentar para a relevância do que fazem em um contexto mais amplo.
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