O controlador traído: desmascarando o “falso self” à luz de “As sete dores da alma”

O conceito de “falso self”, amplamente explorado na psicologia, descreve a construção de uma personalidade artificial, uma “máscara”, para lidar com certos desafios emocionais e sociais. No livro “As sete dores da alma – Curando e transcendendo nossas feridas emocionais”, o autor e cientista do comportamento humano José Roberto Marques analisa profundamente o “falso self” do controlador, um perfil comumente desenvolvido em resposta à experiência de traição.

De acordo com Marques, o controlador é caracterizado como “o olho que tudo vê, a mente que tudo sabe, a mão que tudo alcança”. Essa persona surge como um mecanismo de defesa diante da traição, ou do medo de que ela ocorra. O controlador assume uma postura de autoridade moral inquestionável, desejando dominar todas as relações para evitar futuras traições.

A pessoa sob a máscara do controlador faz de tudo para manter uma imagem de força, confiança e integridade, frequentemente traduzida em uma aparência física marcante e sedutora. Essa personalidade dominadora, no entanto, é paradoxalmente um indicativo de uma luta interna, um descontrole emocional resultante de traumas passados. Como o autor aponta, “Toda tentativa de controle externo representa um descontrole interno, uma briga com as próprias emoções.”

A abordagem de Marques sobre o “falso self” do controlador é essencial para entender e lidar com as complexidades emocionais que a traição pode causar. Ele nos encoraja a olhar além da máscara do controlador e reconhecer as feridas emocionais que estão por trás.

A cura dessas feridas, de acordo com o autor, requer a desconstrução do “falso self” e o reconhecimento das emoções suprimidas. Isso envolve a compreensão de que o controle externo é uma tentativa de lidar com o descontrole emocional interno. O caminho para a cura passa, portanto, pelo autoconhecimento, pela autoaceitação e pela transformação dessas emoções não resolvidas.

O ensaio de Marques em “As sete dores da alma” nos lembra de que, por mais que a máscara do controlador possa parecer forte e inabalável, ela esconde uma luta interna. Por meio da conscientização e do trabalho emocional, porém, é possível transcender a dor da traição e desfazer o “falso self”, abrindo caminho para uma autenticidade e uma força interna verdadeiras.

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