O brasileiro mais aclamado das artes marciais mistas venceu a luta que marca o seu retorno aos ringues no último sábado. Conheça e se inspire na trajetória desse campeão | créditos da imagem: autor desconhecido.
O brasileiro mais aclamado dos ringues do Ultimate Fighting Championship – UFC, Anderson Silva, mostrou a todos nós um belíssimo exemplo de superação diante das adversidades características da carreira de um lutador.
O Spider, ou Aranha, como é apelidado, nasceu em São Paulo, em 14 de abril de 1975. Ainda pequeno mudou-se pra Curitiba, onde começou a treinar Taekwondo com 5 anos, alcançando a faixa preta com 18 anos de idade, grandeza também conquistada no Muay-Thai e no Jiu-Jitsu.
Após se destacar no cenário nacional, Anderson teve a oportunidade de atuar em lutas internacionais e fez bonito, vencendo o japonês Hayato Sakurai em 2001 e alcançando o seu primeiro cinturão, dos pesos médios do Shooto. Esse foi o seu primeiro grande prêmio no Mixed Martial Arts, o MMA.
A queda e o ressurgimento do Aranha
Após passagens bens sucedidas por outras ligas de lutas, Anderson estreou no UFC em junho de 2006, conseguindo sua primeira vitória. Em outubro do mesmo ano, teve sua primeira oportunidade de lutar pelo cinturão do torneio, sagrando-se campeão. A partir daí foram 10 defesas do cinturão, recorde absoluto no evento. Até que em julho de 2013, enfrentando o americano Chris Weidman em sua 11º defesa, Anderson foi derrotado por nocaute técnico pela primeira vez em sua carreira, perdendo o cinturão.
Anunciada como a maior luta da história do UFC, Anderson teve a oportunidade de uma revanche com Weidman, em dezembro de 2013, ocasião que teve um desfecho trágico: uma nova derrota para o americano e uma lesão grave na perna, na qual dois ossos da canela se quebraram.
Anderson deu início a um intenso processo de recuperação: na mesma noite da luta foi submetido a uma cirurgia para implantar uma haste de titânio a fim de corrigir a lesão, sendo obrigado a permanecer de repouso absoluto durante 30 dias e a tomar fortes analgésicos, os quais preferiu abandonar por temer a dependência. Anderson relatou que ocasionalmente pedia a sua mulher que o levasse a um lugar afastado, onde pudesse gritar sem o risco de acordar as crianças. Talvez o maior desafio do atleta tenha sido esse: a superação psicológica, liberar-se do bloqueio gerado pela fratura que o enchia de medo e receio de se machucar seriamente outra vez. Quanto à parte física, dezenas de profissionais entre médicos, treinadores de artes marciais e fisioterapeutas especializados trabalharam incessantemente para garantir a recuperação e o retorno aos ringues, que aconteceu um ano após o evento traumático, nesse último sábado, dia 31 de janeiro de 2015.
A volta ao octógono foi emocionante: contra Nick Diaz que, buscou desestabilizar Anderson com provocações. Mas sua estratégia não funcionou. O Aranha foi mais contundente e o combate teve decisão unânime dos juízes, consagrando Anderson como vencedor, que foi ao chão, em lágrimas, após o anúncio da vitória.
Ele agradeceu a todos os brasileiros que torceram por ele, aos seus médicos e a sua família pelo apoio, e ressaltou que aquela tinha sido a sua luta mais difícil psicologicamente. E é no psicológico que está sua maior superação. Após uma carreira de sucesso, onde se sagrou como o maior campeão da modalidade, voltar após uma lesão grave não é fácil, e o seu maior impedimento era seu próprio medo.
Anderson nos concede uma belíssima história de superação, onde a luta interna é primordial à volta de um campeão, que tanto já conquistou e ainda possui aspirações, sonhos. Ele já é considerado um vitorioso para o povo brasileiro e nos presenteou com um ótimo exemplo de força e coragem, no qual podemos nos espelhar em sua trajetória de sucesso e especialmente em sua recuperação.
Essa lição nos mostra que, mesmo diante de adversidades que aparentemente nos afastarão de nossos sonhos, é possível reconstruir o caminho que parecia não existir mais no horizonte, o caminho da vitória.
Anderson Silva, o parabenizo pelo seu grande feito. Espero que sua trajetória siga repleta de conquistas, independente das batalhas que surjam à sua frente, e que sua vida siga servindo de inspiração para nós, brasileiros.
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